A cerimónia, o sexto consistório ordinário público do pontificado de Francisco, começa às 16:00 locais (menos uma hora em Lisboa), com uma saudação dos novos cardeais ao Papa, seguindo-se uma oração e a leitura do Evangelho.
Francisco faz depois a leitura, em latim, da "fórmula de criação" e elenca os nomes dos novos cardeais, que fazem nesta altura a profissão de fé e o juramento de fidelidade e obediência ao pontífice e aos seus sucessores.
Segundo o guião da cerimónia disponibilizado pelo Vaticano, Tolentino Mendonça, que é o responsável pelo Arquivo Secreto e Biblioteca Apostólica do Vaticano, será o segundo de uma lista de 10 cardeais eleitores a ser criado cardeal e passará a usar as habituais vestes, cuja cor vermelha distingue os cardeais.
Outros três símbolos, além do solidéu vermelho e da cruz peitoral, distinguem um cardeal e que são entregues pelo Papa: o barrete vermelho, o anel e a bula.
Na celebração, segue-se a imposição do barrete cardinalício aos novos cardeais, que simboliza a prontidão para agir com coragem, até com derramamento de sangue, para a defesa da fé cristã, para a paz e tranquilidade dos cristãos, e para a liberdade e crescimento da Igreja Católica.
Já o anel é expressão de uma união mais forte entre o cardeal e a Igreja.
A cada cardeal é ainda entregue a bula de nomeação e atribuída a titularidade de uma igreja de Roma, que reforça a estreita união que os cardeais possuem com o Papa.
A cerimónia termina com o chamado abraço da paz de Francisco.
Depois da celebração, decorre a designada visita de cortesia, uma sessão de cumprimentos, entre as 18:00 e as 20:00 locais. No caso de Tolentino Mendonça, realiza-se no espaço da Sala Régia, do Palácio Apostólico.
No domingo, os novos cardeais celebram em conjunto com o Papa Francisco uma missa na Basílica de São Pedro, às 10:00 locais.
À posse de Tolentino Mendonça vão assistir dezenas de portugueses e, em representação do Governo, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunen, assim como o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.
Natural de Machico, Madeira, o futuro cardeal entrou no seminário aos 11 anos. Doutorado em Teologia Bíblica e antigo vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, é um nome essencial da poesia portuguesa contemporânea, tendo já recebido vários prémios.
Hoje, além de Tolentino Mendonça, são criados mais nove cardeais eleitores, incluindo Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha, Itália, da Comunidade de Santo’Egidio, um dos quatro mediadores do acordo de paz de 1992 em Moçambique, e Jean-Claude Höllerich, arcebispo do Luxemburgo, onde residem 95 mil portugueses, que são 15% da população do país.
São também criados o cardeais o espanhol Miguel Ángel Ayuso Guixott, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo, arcebispo de Jacarta (Indonésia), e o cubano Juan de la Caridad García Rodríguez.
Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo), Álvaro Leonel Ramazzini Imeri, arcebispo de Huehuetenamgo (Guatemala), o marroquino Cristóbal López Romero (arcebispo de Rabat) e o checo Michael Czerny, subsecretário da Secção de Migrantes – Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, integram também a lista.
Como cardeais não eleitores, por terem ultrapassado os 80 anos, Francisco escolheu agora Eugenio Dal Corso, arcebispo emérito de Benguela, Angola, Michael Louis Fitzgerald, arcebispo emérito de Nepte (Inglaterra), Sigitas Tamkevičius, arcebispo emérito de Kaunas (Lituânia).
C/ LUSA