A vacina da farmacêutica anglo-sueca está a ser utilizada em Portugal com limitações de idade, uma vez que, no início de abril, as autoridades de saúde recomendaram a sua administração em pessoas acima dos 60 anos.
Esta decisão surgiu dias depois da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) ter indicado uma “possível ligação” entre a vacina, que passou a designar-se Vaxzevria, e “casos muito raros” de formação de coágulos sanguíneos, mas salientando que os benefícios de receber o fármaco superavam largamente os riscos dos seus efeitos secundários.
Uma norma mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS) prevê também que as pessoas com menos de 60 anos e que pretendam receber esta vacina, podem fazê-lo, desde que aceitem a dar o seu consentimento informado sobre os benefícios e os riscos.
Esta semana, a `task force´ liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo adiantou à Lusa que a vacinação das pessoas acima dos 60 anos está já na reta final, tendo em conta que 90% já recebeu pelo menos uma dose da vacina, o que significa a proteção das faixas etárias onde até agora se verificaram 96% dos internamentos e mortes por Covid-19.
Perante isso e caso se verifique que há mais vacinas da AstraZeneca do que as necessárias para vacinar a população portuguesa, a estrutura que coordena a vacinação garantiu que todas as doses “serão usadas”, incluindo doações para outros países, no âmbito da solidariedade internacional.
“Por um lado, ainda há algumas incertezas quanto à duração da eficácia destas vacinas e, por outro lado, o país tem também compromissos de solidariedade internacional, nomeadamente o mecanismo Covax [de cedência de vacinas a países menos desenvolvidos] e a doação que já foi comunicada de vacinas para os países africanos de língua portuguesa e para Timor-Leste”, adiantou a `task force´.