«A testagem é a arma principal que nós devemos usar e não o confinamento”, afirmou o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa na reunião no Infarmed (Lisboa), que reuniu investigadores, o primeiro-ministro, o Presidente da República, ministros, partidos, confederações patronais, estruturas sindicais e conselheiros de Estado.
Carmo Gomes exemplificou como uma imagem que foi apresentada numa das primeiras reuniões do Infarmed e que mostra como a testagem é importante.
Essa imagem mostra que o vírus SARS-Cov-2, que causa a covid-19, se comporta como “uma mola em que é preciso usar uma mão ou um pé para manter a mola pressionada para baixo, caso contrário ela dispara”, nesta situação o número de casos aumenta exponencialmente.
“Neste momento, estamos a pôr o pé na mola porque estamos todos em casa (…) mas como vamos sair deste confinamento sem deixar que a mola venha por aí acima outra vez e eventualmente agravada pela presença das variantes”, questionou.
No seu entender, a resposta é “uma estratégia de testagem”, que inclui “três linhas vermelhas” que são “discutíveis”.
“Podemos mudá-las, ajustá-las, mas são três linhas vermelhas que se forem ultrapassadas, qualquer uma delas, nós temos que responder em força preferencialmente com um grande aumento da testagem para evitar o confinamento”, defendeu.
Essas linhas vermelhas são ter um ‘R’ (índice de transmissibilidade) que não ultrapasse 1,1 pelo menos durante demasiados dias.
Por isso, defendeu, Portugal tem ter uma percentagem de testes positivos abaixo dos 10%, sendo o ideal cerca de 5% de positividade.
C/Lusa