Segundo o último relatório do INSA relativo à diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, a frequência relativa desta sub-linhagem, que tem uma mutação num local reconhecido como potencialmente crítico para a ligação do vírus às células humanas, subiu de 1,4% para 7,6%.
O documento, divulgado esta semana, refere que foram detetados 58 casos até à data, abrangendo cinco regiões (com maior incidência no Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo), 13 distritos e 42 concelhos.
“Esta subida abrupta de frequência relativa de uma sub-linhagem com uma mutação num local reconhecido como potencialmente crítico para a ligação do SARS-CoV-2 às células humanas está a ser investigada”, sublinha o INSA, que já analisou 21.452 sequências do genoma do SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19.
Estas sequências foram obtidas de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 128 concelhos por semana. Nas semanas 43 e 44 (entre 25 de outubro e 7 de novembro) registou-se uma frequência relativa de 99,8% para a variante Delta (originalmente detetada na Índia) e na semana 45 (8 a 14 de novembro) esta variante apresentou uma frequência relativa de 100%, mas os dados ainda estão a ser apurados, refere o relatório.
As únicas sequências “não-Delta” detetadas nas semanas 43 e 44 referem-se a um caso associado à variante “Mu” (B.1.621) (com grande expansão na Colômbia) na Região Norte e um caso da linhagem B.1.36.17 na Região de Lisboa e Vale do Tejo, “o qual se encontra sob investigação”, refere o INSA.
Já sobre as sub-linhagens da variante Delta (quase 100), o INSA diz que circulam diversas em Portugal, sendo que 37 “foram detetadas consecutivamente nas últimas três semanas, com amostragens fechadas e análises concluídas, (…) ou na atual semana em análise (semana ISO 45)”.
“A nível nacional, a sua frequência relativa aumentou de 1,4%, na semana 43, para 7,6%, na semana 44. Foram detetados 58 casos até à data, abrangendo cinco regiões (com maior incidência no Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo), 13 distritos e 42 concelhos”, refere o documento, sublinhando que esta “subida abrupta” está a ser investigada.
O INSA informa ainda que não foi detetado qualquer caso associado à variante Gamma (associada ao Brasil) desde a semana ISO 37 (13 a 19 de setembro) nem qualquer caso associado à variante Beta (com origem na África do Sul) desde a semana ISO 29 (19 a 25 de julho).
C/Lusa