"O Serviço Federal de Segurança [FSB], juntamente com o Comité de Investigação, concluiu que o organizador do ataque terrorista à ponte da Crimeia foi a Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa Ucraniano, o seu chefe Kirill Budanov, funcionários e agentes”, disse o serviço de imprensa da segurança russa à agência oficial TASS.
O FSB disse que foram identificados 12 cúmplices, dos quais foram já detidos “cinco cidadãos da Rússia e três cidadãos da Ucrânia e da Arménia, que participaram na preparação do crime”.
Segundo o FSB, o explosivo “foi camuflado em rolos com uma película de polietileno de construção em 22 paletes”.
A carga foi enviada do porto marítimo de Odessa, na Ucrânia, para a cidade búlgara de Ruse, no início de agosto, seguindo depois para a capital arménia, Yrevan, disse o FSB.
Atravessou a fronteira entre a Geórgia e a Rússia em 04 de outubro, num camião com registo georgiano, e foi descarregada dois dias depois em Armavir, no território russo de Krasnodar, cerca de 200 quilómetros a sudeste da ponte da Crimeia.
Ao longo das várias etapas, os documentos da carga foram sendo alterados e o destinatário final era uma empresa inexistente na Crimeia, disseram os investigadores russos.
A carga foi carregada no camião do cidadão russo Yusubov Makhir, que seguiu para a Crimeia, tendo a explosão ocorrido quando circulava na ponte às 06:03 de 08 de outubro, hora de Moscovo (04:03 em Lisboa).
“A investigação do atentado terrorista continua. Todos os seus organizadores e cúmplices, incluindo cidadãos estrangeiros, serão responsabilizados de acordo com a lei russa”, acrescentou o FSB, segundo a TASS.
A explosão provocou danos na ponte que liga o continente russo à Crimeia, a península ucraniana situada entre os mares Negro e de Azov que foi anexada por Moscovo em 2014.
Inaugurada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em 2018, a ponte é vista por Moscovo como um símbolo da sua soberania na Crimeia.
A dupla ponte rodoviária e ferroviária com 19 quilómetros de extensão, a mais longa da Europa, tem sido usada pela Rússia para reabastecer as suas tropas no sul da Ucrânia, que Moscovo invadiu em 24 de fevereiro deste ano.
Na sequência da explosão que danificou ponte, sem inviabilizar a sua utilização, a Rússia bombardeou cidades e infraestruturas de energia na Ucrânia nos últimos dois dias.
Os ataques provocaram dezenas de mortos e feridos, além de cortes de energia, e foram condenados pelos aliados da Ucrânia, incluindo Portugal.