Segundo noticia hoje o Journal du Cameroun, a COBAC, sediada em Yaoundé, capital dos Camarões, reuniu-se em 06 de maio numa sessão extraordinária e decidiu “rejeitar categoricamente qualquer uso de criptomoedas nas transações financeiras na região”.
A decisão abrange os seis países da Comunidade Económica e Monetária da África Central – Camarões, República Centro-Africana, República do Congo, Gabão e Guiné Equatorial – e visa “garantir a estabilidade financeira e proteger os depósitos dos clientes”, justificou a COBAC.
Segundo a instituição, está proibida “a subscrição ou detenção de criptomoedas de qualquer tipo por conta própria ou de terceiros”, bem como a “troca ou conversão, liquidação ou aposta de risco em moeda ou franco CFA contra transações relacionadas com criptomoedas”, refere o jornal camaronês.
A decisão da COBAC surge depois de, em 27 de abril, a República Centro-Africana, segundo país menos desenvolvido do mundo, anunciar a adoção da ‘bitcoin’ como moeda oficial, a par do franco CFA, e a legalização da utilização de criptomoedas.
"Esta decisão coloca a República Centro-Africana entre os países mais corajosos e visionários do mundo”, disse então a Presidência da RCA, que está em guerra civil há quase nove anos.
O país tornou-se o primeiro de África e o segundo do mundo a adotar a ‘bitcoin’ como moeda de referência.
O primeiro foi Salvador, em 07 de setembro do ano passado, levando o Fundo Monetário Internacional (FMI) a denunciar imediatamente uma decisão perigosa para a "estabilidade financeira, a integridade financeira e a proteção dos consumidores".
Também sobre a RCA, o FMI alertou em 04 de maio que a decisão de adotar a ‘bitcoin’ apresenta uma série de desafios para o país e para a região.
Lusa