“Vemos o Ártico não como um palco de intrigas geopolíticas, mas antes como um território de diálogo, de estabilidade e cooperação construtiva”, disse o líder do Kremlin no decurso de uma reunião por videoconferência com membros do Governo e dedicada ao desenvolvimento do Ártico russo.
A reunião decorreu na data em que estava previsto o encontro anual do Conselho Ártico, que deveria decorrer na cidade russa de São Petersburgo e cancelada pelos restantes sete países membros devido à “operação militar especial” na Ucrânia desencadeada pela Rússia em 24 de fevereiro.
Para além da Rússia, o Conselho Ártico inclui os Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.
“A Rússia está aberta ao trabalho conjunto com todos os parceiros interessados no âmbito dos atuais e futuros programas e projetos no Ártico”, disse hoje Putin.
O chefe de Estado russo sublinhou que, “apesar das restrições externas e a pressão das sanções”, é necessário manter uma especial atenção a todos os planos relacionados com o Ártico.
“Não devem ser prorrogados, deixados de lado. Pelo contrário, às tentativas de conter o nosso desenvolvimento devemos responder com o aumento dos ritmos de trabalho nas tarefas atuais e do futuro”, sublinhou.
Putin admitiu que devido a “ações de países hostis foram alteradas as cadeias logísticas e de transporte” e denunciou que algumas companhias estrangeiras não cumprem totalmente as suas obrigações contratuais.
“Desde logo, na atual situação esse fator cria-nos determinadas dificuldades, mas temos todos os recursos e possibilidades de encontrar soluções alternativas”, assegurou.
O Presidente russo destacou a necessidade de aprovar um plano geral de desenvolvimento da Rota Marítima do Norte (RMN) por águas árticas até 2035, para garantir o transporte fiável e seguro por esta via.
A Rússia apresenta esta rota como uma alternativa viável ao canal do Suez, uma opção cada vez mais provável devido ao recuo dos gelos nas zonas russas do Ártico.