"O país conheceu-o sobretudo como músico", escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, na mensagem publicada no ‘site’ da Presidência da República, destacando, no entanto, "uma muito relevante carreira académica e de investigação em diversos hospitais e universidades", em especial, o trabalho de Ricardo Camacho, "no domínio da virologia".
"Uma vida intensa e generosa, que não esquecemos", garantiu o Presidente da República, na mensagem, na qual recorda igualmente o teclista e compositor dos Sétima Legião, e o seu trabalho através da Valentim de Carvalho e do projeto Fundação Atlântica, que dinamizou e "produziu boa parte dos nomes mais importantes do panorama musical português".
O investigador português Ricardo Camacho, músico da Sétima Legião, morreu hoje, na Bélgica, onde vivia e trabalhava, na área da investigação científica, no Rega Institute for Medical Research, em Leuven.
Nascido na Madeira, em 1954, especialista em virologia clínica, Ricardo Camacho era para muitos o teclista da Sétima Legião, grupo formado na década de 1980, e da qual fez parte praticamente desde o início.
Como músico, a entrada na Sétima Legião deu-se através da produção. Ricardo Camacho integrava a Fundação Atlântica, fundada por nomes como Pedro Ayres Magalhães e Miguel Esteves Cardoso, e produziu para artistas como Anamar, Né Ladeiras, Ban, Xutos & Pontapés ou Manuela Moura Guedes, que deu voz às canções "Foram cardos foram prosas" e "Flor sonhada", por ele compostas.
Na investigação médica, Ricardo Camacho foi diretor do Laboratório de Virologia do Hospital Egas Moniz e fez investigação no Centro de Malária e outras Doenças Tropicais.
Foi consultor da Comissão Nacional de Luta contra a SIDA, tendo participado ainda em vários estudos internacionais sobre esta doença, na qual se especializou.
Foi ainda professor na Escola Superior de Ciências da Saúde e na Faculdade de Ciências Médicas, ambas em Lisboa, e na Universidade Católica no Porto.
LUSA