O CO2AT, criado em parceria com o laboratório inglês Post Carbon Lab, é “um organismo vivo” que contém “algas microscópicas que fazem a absorção do dióxido de carbono e transformam em oxigénio”, explica à Lusa o diretor criativo, Filipe Mesquita.
Este projeto é da fabricante paquistanesa de ganga Azgard9, que fornece várias empresas de moda, mas “foi uma ideia portuguesa e a produção de uma parte significativa do casaco é feita em Portugal, numa fábrica no Norte”, garante.
Toda a peça de algodão puro é fabricada no país, e é depois enviada para Inglaterra, onde o capuz do casaco é tratado com pigmentação microbiana que fará o processo de fotossíntese.
Para além de ser sustentável, o tecido é antibacteriano, antiodor, antivírico, respirável, resistente à água e repelente, lê-se no site do CO2AT.
Cuidar desta peça “requer alguma disciplina, que é a mesma disciplina que ter uma planta”, esclarece o responsável, já que “são organismos vivos”.
Mas o vestuário tem vida depois da morte, porque “pode ser novamente replantado, enviando novamente para o laboratório”.
A ideia é mudar o paradigma “para este território de sustentabilidade”, em que se deixa de pensar “numa lógica de mitigação ou de redução”, mas sim numa “questão de transformação”.
“É fazer alguma coisa que transforme o problema numa solução”, insiste Filipe Mesquita.
O diretor criativo assegura que, “ao receber um casaco destes em casa, o oxigénio que já foi produzido na sua confeção e o tempo em que esteve vivo, já anula toda a pegada ecológica até chegar à porta”.
“Ao fim do ano, produz o mesmo oxigénio que um carvalho de um ano”, concretiza.
Depois do sucesso da parte criativa, que já foi premiada a nível nacional e internacional, segue-se a comercialização e a implementação desta tecnologia em grande escala.
Para isso, a empresa paquistanesa está já em contacto com a sua rede de clientes, que inclui grandes grupos de moda como a LVMH ou a Zara, e já captou a atenção de empresas como a Asos ou a Lacoste.