"Há de facto aqui uma grande carência na área do medicamento à qual o Governo português tem estado atento e respondendo. E vamos ainda responder mais e melhor. E por isso vamos assinar um protocolo onde esta área do medicamento é bastante focada e vão ser criados canais mais facilitadores para que os medicamentos cheguem efetivamente àqueles que precisam dele", disse.
Rosa Valente Matos falava à agência Lusa, em Anzoátegui (320 quilómetros a leste de Caracas), durante uma visita ao Centro de Especialidades Médicas Virgem del Valle, onde funciona um dos núcleos da Rede Portuguesa de Assistência Médica e Social.
"Será assinado envolvendo o Governo de Portugal e as entidades responsáveis como a Embaixada (de Portugal em Caracas), os consulados e obviamente a Associação de Médicos Luso-venezuelanos (Assomeluve) que constituiu esta rede", disse.
Rosa Valente Matos que está na Venezuela pela primeira vez como secretária de Estado da Saúde, integra uma delegação que acompanha o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que está de visita à Venezuela.
"Estamos aqui hoje porque esta rede existe e faz este levantamento não só em termos de saúde mas também em termos sociais, faz o levantamento das necessidades, prioriza essas necessidades e faz chegar à embaixada que por sua vez faz chegar aos canais respetivos, para que a resposta seja dada".
Sobre a visita, explicou que "vim trazer novidades e também ouvir os portugueses".
"É muito importante ouvirmos as pessoas, as suas necessidades e depois oferecer aquilo que efetivamente as pessoas necessitam. Ir ao encontro das suas necessidades", disse.
Por outro, recordou que há um conjunto de medidas que já foram anunciadas pelo secretário de Estado das Comunidades, “que abrange desde a área social à área do emprego".
"Eu vim especificamente mais para me focar naquilo que é a saúde e as necessidades que as pessoas têm que é tão sensível que é a saúde”, disse, destacando nomeadamente a falta de medicamentos.
A secretária de Estado elogiou ainda, apesar das dificuldades, “o sorriso e a esperança na cara” dos emigrantes com quem falou e que estão no país há 50 anos.
"Há uma grande esperança neles. Isso eu gostei de ver. Eles acreditam na nossa ajuda e acreditam que isto efetivamente pode melhorar. Gostei de ver o sorriso, o olhar sereno, preocupado mas sereno e de esperança", frisou.
Por outro lado, Agostinho Vieira, da Assomeluve, explicou à Lusa que as doenças que mais afetam os portugueses são "são doenças crónicas, diabetes, hipertensão arterial, artrite, insuficiência venosa, e há uma percentagem de pacientes que tem problemas urológicos, oncológicos, que precisam de apoio, de medicamentos".
Precisam também de tratamentos, se possível em Portugal, nos diferentes centros de (saúde) portugueses.
"As pessoas que estão doentes, portugueses e filhos de portugueses, estão esperançadas em que possam ser ajudadas pelo Governo português e isso é bem-vindo aqui e agradece-se que estejam a olhar para os portugueses que vivem na Venezuela", concluiu.
LUSA