Portugal é o país europeu com maior taxa de mortalidade por pneumonia, com valores de mortalidade superiores a 57 mortes por cada 100 mil habitantes, sendo o dobro da média dos países da União Europeia.
Segundo um relatório da OCDE hoje divulgado, Portugal era, em 2015, o país, entre os 28 da União Europeia, onde mais se morria por pneumonia, doença que matou cerca de 140 mil pessoas nesse ano na Europa.
“Portugal, a Eslováquia e o Reino Unidos têm as taxas mais elevadas de mortalidade por pneumonia, enquanto a Finlândia, a Grécia e a Áustria têm as taxas mais baixas”, resume o relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico sobre saúde na Europa, denominado Health at a Glance.
O documento recorda que a idade avançada, o tabaco, o abuso de álcool e algumas condições respiratórias crónicas são os principais fatores de risco para a pneumonia, que na Europa representa 30% de todas as mortes por doenças respiratórias.
O relatório de 2017 do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da Direção-geral da Saúde assumia a elevada mortalidade por pneumonia em Portugal, mas destacava igualmente que a mortalidade e os internamentos antes dos 65 anos têm vindo a diminuir no país.
“Abaixo dos 65 anos é de destacar a evidência de uma redução na taxa de mortalidade padronizada por pneumonia, com uma redução de 23,5% [entre 2009 e 2015]”, refere o documento da autoridade de saúde portuguesa divulgado no ano passado.
Também a análise aos internamentos por pneumonia bacteriana veio mostrar um decréscimo consistente no período entre 2011 e 2016, numa redução de 4%.
No relatório hoje divulgado pela OCDE, a mortalidade por doenças respiratórias apresenta-se como a terceira principal causa de morte nos países europeus. Mais de 440 mil europeus morriam em 2015 de doenças respiratórias, o que representou um aumento de 15% relativamente ao ano anterior.
A patologia que mais peso tem nesta mortalidade é a doença pulmonar obstrutiva crónica, com 180 mil mortes na União Europeia no ano analisado neste relatório da OCDE.
Em Portugal, a taxa de mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) era, em 2015, de 27,6 mortes por cada 100 mil habitantes, surgindo quase no meio da tabela dos 28 países da União Europeia e abaixo da taxa média europeia de 36,3 mortes por 100 mil habitantes.
O relatório da OCDE analisa a evolução dos países europeus em várias patologias, incluindo as doenças oncológicas.
No caso do cancro, recorda que são estimados mais de três milhões de novos casos de cancro nos 28 países da UE só este ano de 2018, sendo o mais frequente o cancro da mama (400 mil novos casos), seguido do cancro da próstata (375 mil novos casos).
Em termos de taxa de incidência, estima-se que a média europeia se situe nos 569 novos casos por 100 mil habitantes. Portugal surge com uma estimativa de incidência para este ano abaixo da média europeia, com 492 casos por 100 mil pessoas, sendo um dos quatro países com incidência mais baixa na totalidade dos novos casos de doença oncológica.
LUSA