Esta nova realidade laboral, acelerada pela pandemia, vai estar em discussão na terça-feira numa conferência de alto nível sobre o futuro do trabalho intitulada "Trabalho Remoto: Desafios, Riscos e Oportunidades" realizada, por via remota, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.
Os resultados mais recentes de uma pesquisa efetuada pelo Eurofound (Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho), com base em cerca de 90 mil inquéritos ‘online’ realizados em julho, mostram que quase metade (48%) dos inquiridos estava em trabalho remoto, pelo menos uma parte do tempo.
Destes, mais de um terço (34%) trabalhavam exclusivamente em casa, ou seja, mais de um em cada três trabalhadores estava nesta situação.
Os dados contrastam com os verificados antes da pandemia, em 2018, quando “menos de um em vinte trabalhadores” relataram trabalhar de forma remota regularmente e “menos de um em cada dez ocasionalmente”, lê-se no estudo, intitulado “Living, Working and Covid-19”, citando dados da Comissão Europeia.
A proporção de pessoas a trabalhar exclusivamente em casa varia, contudo, de forma significativa entre os Estados-membros.
A Bélgica é o país onde a percentagem de teletrabalhadores é mais elevada (superior a 50%), seguindo-se Irlanda, Itália, Espanha e França, com níveis acima dos 40%.
Portugal surge em sexto lugar, com quase 40% de teletrabalhadores em casa, seguido logo de perto pela Dinamarca.
Com taxas inferiores à da média europeia estão países como a Grécia, Finlândia ou Alemanha, com percentagens ligeiramente superiores a 20%, enquanto na Croácia, Polónia, Eslováquia, Bulgária e Hungria apenas cerca de um quinto dos trabalhadores estava em casa.
C/Lusa