O Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), do Porto, iniciou uma colaboração com o grupo de investigação do Observatório Oceânico da Madeira — CIIMAR Madeira, para recolher dados sobre a distribuição e abundância de baleias e golfinhos.
Esta parceria surge no âmbito do CETUS, um projeto de monitorização de cetáceos (mamíferos marinhos, de sangue quente) na região da Macaronésia (conjunto dos arquipélagos das Canárias, Cabo Verde, Madeira, Açores e Ilhas Selvagens), para verificar a ocorrência de baleias e golfinhos no oceano atlântico.
De acordo com uma das investigadoras envolvidas no projeto, Ana Mafalda Correia, esta parceria vai incluir duas novas rotas no projeto, da Madeira a Porto Santo e às Ilhas Selvagens, o que permite recolher dados para além daqueles que já são obtidos nas regiões de alto-mar.
Durante este ano vai ser ainda dinamizada uma campanha educacional, associada ao projeto, para consciencializar os mais jovens sobre as questões de conservação dos oceanos, com enfoque nas comunidades das ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde.
As atividades centram-se na conservação dos cetáceos, nos efeitos da poluição marinha e na suscetibilidade dos ecossistemas oceânicos, entre outros assuntos.
O CETUS participa ainda no programa da Universidade Itinerante do Mar, criado em 2006 a partir da iniciativa conjunta das universidades do Porto e de Oviedo e da Escola Naval, que vai resultar na formação de monitorização de cetáceos e contribuir para o aumento da coleta de dados durante a rota percorrida desde o norte de Espanha até Lisboa.
O projeto, que desde 2015 tem um programa de voluntariado, conta este ano com a participação de 14 voluntários, sendo 12 deles estrangeiros, que durante uma semana (na Madeira) ou um mês (em Cabo Verde), podem colaborar no projeto.
Resulta da parceira entre o CIIMAR e a empresa Transinsular, podendo os investigadores utilizar os seus navios de carga como plataformas para observação nas rotas entre Portugal Continental e as da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde.
Desde o início do projeto, em 2012, foram navegadas cerca de 140 mil milhas náuticas, das quais quase 40 mil amostradas, e registados 1.343 avistamentos de 26 espécies, indicou ainda Ana Mafalda Correia.
C/Lusa