“Em 2022, existe uma percentagem elevada de jovens desempregados menos escolarizados, 29,6% tinha concluído no máximo o terceiro ciclo do ensino básico”, lê-se no estudo, hoje apresentado, que acrescenta que “considerando o total de jovens desempregados, verifica-se que 23,7% não se encontra a frequentar o sistema de ensino e completou no máximo este nível de ensino básico”.
De acordo com o trabalho, realizado para o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no ano passado, “cerca de metade dos jovens desempregados tem o secundário concluído (47%), com maior presença da via profissionalizante (28,5%)”, sendo que “13,9% do total de jovens desempregados completou o ensino secundário nas vias gerais e não se encontrava a estudar”.
Além disso, destacou, o “desemprego de jovens com formação superior (licenciatura) varia em função das áreas de formação”, sendo que em 2020, último ano para o qual o Inquérito ao Emprego disponibiliza dados, verifica-se uma maior presença nas áreas de “Artes e Humanidades”, “Ciências Sociais, Informação e Jornalismo”, e “Ciências Empresariais e Direito”.
No caso dos mestrados ou doutoramentos surgem também as áreas da “Educação”, “Ciências Naturais, Matemática, Engenharias” e “Saúde e Proteção Social”.
Segundo o estudo, são os menos qualificados os que estão à procura de emprego há mais tempo e a “diferença de tempo de procura entre este grupo e o dos mais qualificados tem vindo a aumentar”.
Há ainda uma elevada percentagem de jovens desempregados que não está inscrita no Serviço Público de Emprego, cerca de metade, detalhou.
A principal causa do desemprego é o “trabalho de duração limitada”, ou seja, “os contratos a termo certo”, tendo sido “referidos por 42,2% dos jovens desempregados à procura de novo emprego”, lê-se no documento.
O estudo inclui ainda recomendações, começando pelo aumento da formação em contexto de trabalho, para os jovens com menos escolaridade.
Para os que concluíram o ensino secundário, o estudo salienta a importância de prosseguir para o ensino superior e de melhorar a atratividade dos cursos profissionais.
Para os que concluem formações de nível superior com baixo nível de empregabilidade, o estudo recomenda o ‘reskilling’ (reciclagem de competências) e desenvolver políticas ativas para estes jovens.