Na iniciativa, apresentada pelo PS, lê-se que no passado dia 26 de setembro, aos 85 anos, morreu Avelino Tavares, “criador do ‘Mundo da Canção’ (MC), projeto editorial ímpar que, antes e depois do 25 de abril, foi o espaço de presença de uma "canção diferente", de resistência e luta contra o "cançonetismo apodrecido"”.
Os deputados manifestaram o seu pesar pela morte do “divulgador e programador incontornável na história da cultura e da música portuguesa, dotado de uma capacidade de sonhar e executar projetos inovadores que rasgaram horizontes e o colocaram na história da divulgação da música em Portugal” endereçando à família e amigos “sentidas condolências”.
O texto refere que Avelino Tavares nasceu em 1938, em Oliveira de Azeméis, tendo-se mudado para o Porto, onde passou a infância.
“É no Porto que acompanha pelos jornais o maio de 68 e o seu impacto na música que se ouve fora do Portugal fascista, juntando-se aos que tentam corajosamente trazer para Portugal o eco dessa revolução cultural. Em dezembro de 1969, lança o primeiro número da revista ‘Mundo da Canção’ com o então Padre Fanhais na capa”, é acrescentado.
O texto refere que a revista ‘Mundo da Canção’ “foi a primeira publicação periódica portuguesa a divulgar as canções marcantes do seu tempo”.
“Diluídas entre canções comercias, a MC deu voz ‘aos baladeiros’, cantautores como Zeca Afonso, José Mário Branco, ou Sérgio Godinho. Em março de 1973 a PIDE invadiu as instalações da Tipografia Aliança e apreendeu parte dos 30 mil exemplares do número 34, o qual chegaria às bancas depois do 25 de Abril”, é lembrado no texto.
Segundo a iniciativa, Avelino Tavares foi produtor de vários festivais, como o Festival de Jazz do Porto, o Praia Blues, o Intercéltico do Porto, “e tantos mais espalhados pelo país”.
Lusa