Na mensagem que enviou aos participantes na ‘bênção dos capacetes’, citada pela agência Ecclesia, Francisco apelou ao “respeito por todas as pessoas, ao amor, à caridade recíproca, a jamais pôr em perigo a própria vida e a dos demais, a moderar a pressa, a impaciência, a euforia da velocidade, para nunca serem causa de lágrimas e de sofrimento”.
A bênção foi concedida pelo papa, pela primeira vez, aos motociclistas que, pelo sexto ano consecutivo, se concentram em Fátima nesta época do ano, refere a página do Santuário na internet, sublinhando que a peregrinação de hoje contou com “mais de 130 mil” participantes.
“A quantos correm velozes pelas estradas do mundo com as suas esplêndidas motas, obras-primas da inteligência e da técnica, encorajo a elevar o pensamento e o afeto para a sua celeste padroeira, Nossa Senhora dos Motociclistas”, afirma o Papa na mesma mensagem, lida no final da celebração.
“Não percam de vista a `estrela’ luminosa que é Maria Santíssima, consultem esta `bússola’ durante a navegação da vida, rezando-lhe todos os dias com humildade, retidão e confiança, porque se se ora sinceramente à mãe de Cristo, também a fé se mantém viva e eficaz”, acrescenta ainda o texto da ‘bênção apostólica’, que começa por saudar os participantes na cerimónia.
Também o cardeal António Marto, bispo de Leiria-Fátima, enviou uma mensagem a este grupo de peregrinos que confia ao “Coração Imaculado da Virgem Mãe que, aqui em Fátima, se apresentou como refúgio, consolação e caminho que nos conduz ao encontro com Jesus”.
“Que Nossa Senhora de Fátima vos abençoe, acompanhe e proteja ao longo dos vossos caminhos. Seja ela a estrada segura que vos leva ao horizonte sem fim, que é a vida boa e bela com Deus e com os irmãos” refere, de acordo com o Santuário, a mensagem do cardeal.
Antes da ‘consagração a Nossa Senhora’, os motociclistas ouviram um apelo do presidente da celebração, Rui Valério, bispo das Formas Armadas e de Segurança, para fazerem da sua união um testemunho vivo contra a “atmosfera da autossuficiência” que impera na sociedade de hoje.
“Quando juntos trilhais os quilómetros das estradas, estais a dar ao mundo um maravilhoso testemunho da força da união que vos mantém coesos: juntos conseguem-se vencer obstáculos e alcançar metas. A entreajuda é o antídoto mais eficaz para curar a doença social, hoje muito em voga, que é a cultura do descarte ou seja, de se interessar pelo outro só enquanto ele nos seja útil”, disse Rui Valério.
Com início em 2014, a “bênção dos capacetes” realiza-se anualmente com um fim solidário.
Este ano as verbas recolhidas, sobretudo na venda de ‘merchandising’, revertem a favor da aquisição de equipamentos para os centros de Medicina e Reabilitação de Alcoitão e de Vila Nova de Gaia e para os Bombeiros de Águas de Moura, indica o Santuário de Fátima.
C/Lusa