O padre Luís Miguel Costa, que é suspeito de tentar beijar à força um rapaz de 14 anos e de lhe mandar mensagens de teor sexual, foi apanhado a conduzir com uma taxa de alcoolemia de 2,46 gramas de álcool por litro de sangue, quando ia apresentar-se às autoridades.
O caso ocorreu há três meses. O sacerdote, de 47 anos, apresentou-se no posto da GNR de São Pedro do Sul, por indicação do tribunal no âmbito do processo de aliciamento de um menor para fins sexuais, à hora do almoço, a cambalear e a cheirar a álcool. Conduzia um Mercedes.
Confrontado pelos militares da força policial terá dito que era padre e que tinha estado a celebrar uma missa em casa, tendo ingerido um pouco de álcool do cálice.
Submetido ao teste de alcoolemia acusou uma taxa de 2,46 gramas de álcool por litro de sangue, quase cinco vezes mais do que é permitido por lei. Acabou detido pelo crime de condução em estado de embriaguez, punível com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias e com proibição de condução de três meses a três anos.
Luís Miguel Costa foi notificado esta semana da proposta do Ministério Público, que lhe quer tirar a carta durante sete meses, estando ainda obrigado a pagar uma multa de 600 euros. Tem duas semanas para responder. Se não aceitar os termos impostos pela acusação irá a julgamento.
O padre, que foi afastado em agosto de 2021, de todos os cargos da Igreja pelo Bispo de Viseu, começa a ser julgado pelos crimes de coação sexual agravado e aliciamento de um menor para fins sexuais no próximo mês. O sacerdote ainda tentou não ir a julgamento, pedindo a abertura da instrução, mas o juiz decidiu que terá que sentar-se no banco dos réus.
Segundo o Ministério Público, as suspeitas ocorreram a 27 de março de 2021, num convívio numa quinta em São João de Lourosa, Viseu.
"O arguido, quando se encontrava sentado ao lado de um menor à data dos factos com 14 anos, tocou com a sua mão na mão da vítima e, pouco depois, deu-lhe conta do seu propósito de se relacionar sexualmente com aquele", refere a acusação.
"De seguida, convidou o menor para se encontrar com ele no WC, local onde, puxando-o para junto de si, aproximou os seus lábios aos dele, procurando repetidamente beijá-lo na boca, o que este evitou", acrescenta.
O padre enviou ainda para o telemóvel do jovem, agora com 16 anos, diversas mensagens para este se relacionar sexualmente com ele. "Psiu. Vem ter comigo. Amor. Psiu. Quero chupar-te", foram algumas das 13 SMS que enviou ao menor.
Luís Miguel Costa aguarda o desenrolar do processo em liberdade, sujeito às medidas de coação de apresentações quinzenais às autoridades, estando ainda proibido de contactar com menores de 18 anos.