A antiga chefe do Governo alemão, que deixou a política no final de 2021, declarou, num curto comunicado divulgado pela sua porta-voz, que "assume as suas decisões na cimeira da NATO de Bucareste".
Nessa cimeira, em abril de 2008, a Alemanha manifestou-se contra o lançamento do processo de adesão à Aliança Atlântica da Ucrânia e da Geórgia, posição partilhada pelo então Presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerando que ambos os países não eram democracias razoavelmente estáveis.
Numa mensagem em vídeo, no domingo à noite, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky criticou a "recusa escondida” da NATO em 2008 em admitir a Ucrânia devido ao "medo absurdo de alguns políticos em relação" a Moscovo, pensando que “ao rejeitar a Ucrânia, poderiam apaziguar a Rússia”.
Zelensky sugeriu a Merkel e a Sarkozy que vão a Busha, uma cidade a noroeste de Kiev recentemente retomada pelos ucranianos, onde civis foram mortos e enterrados em valas comuns pelas forças russas, segundo o Governo de Kiev.
"Dadas as atrocidades descobertas em Busha e noutros locais da Ucrânia, todos os esforços do Governo (alemão) e da comunidade internacional para estar ao lado da Ucrânia e acabar com a barbaridade e a guerra da Rússia contra a Ucrânia têm o apoio total da ex-chanceler", disse a porta-voz de Merkel na sua mensagem.
A antiga líder, que permaneceu à frente do Governo da Alemanha durante 16 anos, quase não se pronunciou até agora sobre o conflito na Ucrânia.
A líder conservadora, que governou durante vários anos com os sociais-democratas numa grande coligação, também está a ser criticada por tornar a Alemanha dependente do gás russo.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,21 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa