"A Região Autónoma da Madeira, em particular, tem um dever de gratidão para com o papel central do Dr. Mário Soares, regionalista e autonomista de toda a vida, na defesa e aprofundamento da Autonomia", diz o juiz conselheiro Ireneu Barreto na nota de condolências pela morte do antigo chefe de Estado.
Ireneu Barreto começa por escrever que "os portugueses receberam com grande consternação, a notícia do falecimento do Dr. Mário Soares", sublinhando que o antigo Presidente da República é a "figura maior da nossa vida coletiva ao longo dos últimos 70 anos".
O Representante da República na Madeira considera que Mário Soares "é o grande símbolo dos combates que em Portugal se travaram nas últimas décadas pela Liberdade, pela Democracia e pela Modernidade".
Recorda que, "durante a ditadura do Estado Novo", o antigo Presidente da República, "com o sacrifício da integridade física e da liberdade pessoal, lutou pelo respeito pelos direitos humanos, pela liberdade de expressão, e pela instauração da Democracia representativa".
O juiz conselheiro vinca que, depois, teve um " papel decisivo na consolidação das liberdades conquistadas pela Revolução de Abril, quando a sua ação decidida foi fundamental para a afirmação do Estado de Direito que a Constituição da República de 1976, pela qual tanto se bateu, veio consagrar e para a afirmação internacional de Portugal".
"Finalmente, nos altos cargos públicos onde assumiu responsabilidades, soube conduzir o país no caminho de Desenvolvimento, da Integração Europeia e na procura da justiça social".
Ireneu Barreto salienta ainda o papel que teve como "político e estadista brilhante, homem corajoso e determinado, jurista e intelectual ilustre", sustentando que "só o devir da História julgará em toda a dimensão o muito que Portugal e os portugueses lhe devem".
O antigo Presidente da República Mário Soares morreu sábado aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha.