“A Venezuela vacinou apenas 1,16% da população contra a Covid-19. Estamos entre os três países com o menor número de vacinados no continente”, escreveu o ex-deputado Júlio Borges na rede social Twitter.
Borges, representante do autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó para as relações internacionais, frisou ainda que “a responsabilidade é de (Nicolás) Maduro, que não negociou as vacinas a tempo, politizou o acordo com a Covax e mentiu sobre as vacinas (russas) Sputnik V”.
“Cada dia sem vacinas é mais um dia em que mais venezuelanos morrem por causa desta pandemia. Exigimos à ‘ditadura’ que agilize a chegada das vacinas. Não podem continuar a brincar com a vida dos venezuelanos mais vulneráveis e dos profissionais de saúde”, afirmou numa outra mensagem.
Júlio Borges divulgou um mapa sobre “Vacinas Covid-19: taxa de vacinação na América Latina” em que aparecem nos últimos lugares a Guatemala com 1,58% da população vacinada, Venezuela (1,16%) e Honduras (0,79%).
Na última posição está Cuba, que segundo o mapa, não divulgou nenhuma informação sobre o processo de vacinação.
Nas primeiras três posições estão o Chile (59,63%), o Uruguai (48,15%) e a Argentina (48,15%), com dados atualizados em 07 e 08 de maio.
Segundo as autoridades locais, a Venezuela recebeu 930.000 doses de vacinas da chinesa Sinopharm e da russa Sputnik V.
Entretanto, Caracas anunciou ter adquirido mais de 11 milhões de vacinas contra a Covid-19, através do Covax.
Na passada segunda-feira a Academia Nacional de Medicina (ANM) venezuelana pediu ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que doe o excedente de vacinas contra o novo coronavírus à Venezuela.
O pedido foi feito através de uma carta enviada ao embaixador dos EUA para a Venezuela, James Story, anunciou o presidente da ANM, Enrique S. López Loyo.
“Temos acompanhado com atenção o esforço extraordinário que a administração do Presidente Biden tem feito para vacinar os cidadãos dos EUA, bem como a possibilidade de o seu país doar o excesso de vacinas em seu poder para nações menos favorecidas”, disse aos jornalistas.
O documento afirma que “sabendo que há muitos países que poderiam beneficiar com esta ação generosa de solidariedade, sugerimos respeitosamente que a Venezuela seja considerada entre eles”, acrescentou.
Segundo a ANM, são necessárias vacinas “para imunizar quase 15 milhões de venezuelanos, ou seja, a 70% da população adulta”.
Na sexta-feira, o presidente da Federação Médica Venezuelana (FMV), Douglas León Natera, alertou que a Venezuela necessita de 40 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, sublinhando que o número de contágios no país é superior ao divulgado publicamente.
“Apenas chegaram 880 mil (doses) à Venezuela e necessitamos de 40 milhões de doses para imunizar a população venezuelana. O Governo não cumpriu a promessa de comprar dez milhões de vacinas”, disse Douglas León Natera.