“Nós temos um potencial de crescimento agrícola extraordinário, o que vem desmentir aquelas pessoas que diziam que a agricultura não dava nada” neste arquipélago, declarou Miguel Albuquerque no âmbito da visita que realizou à instalações da Madeira Agrícola, um centro de abastecimento na cidade de Santana, no norte da ilha.
O governante insular explicou que o objetivo é, no âmbito da parceria que existe entre esta associação, o executivo madeirense e a Câmara Municipal de Santana, “criar escala e ter meios logísticos para os pequenos produtores poderem colocar os seus produtos no mercado, junto dos fornecedores e grandes superfícies em boas condições”.
O responsável insular apontou que a intenção do Governo Regional é “subsidiar os produtos transacionáveis”.
Por isso, no Orçamento Suplementar já foi incluída “uma verba para que isso aconteça e criar uma escala não só a nível dos produtores regionais, mas, simultaneamente, criar os circuitos necessários para a colocação dos produtos de excelência quer no mercado regional, quer no continental ou no estrangeiro”, adiantou.
Miguel Albuquerque salientou que a Madeira tem, “neste momento, um mercado muito vasto” e está a “tratar que esse circuito seja assegurado a nível dos próprios produtores colocarem os produtos no território continental ao mesmo preço que se fosse produzido lá”.
“A nossa ideia é garantir um fundo para apoiar as exportações dos bens transacionáveis”, disse, complementando que os pormenores vão ser “depois anunciados, mas será sobretudo a nível de um subsídio do governo [da Madeira)”.
O Presidente do Executivo ainda mencionou que, este ano, o centro do Madeira Agrícola processou mais de 100 toneladas, uma quantidade superior ao ano passado e que o objetivo é “melhorar as condições logísticas e operacionais deste espaço”.
O projeto também passa pela aquisição de “uma nova máquina de lavagem, embalamento e processamento dos novos produtos e aproveitar esta estrutura para, se for possível, canalizar para o circuito da exportação”.
Ainda referiu que, no mercado internacional, a batata doce produzida na Madeira “é ultra procurada”, que a Empresa de Gestão do Setor da Banana (Gesba) também “tem um centro de processamento da anona e abacate, a semilha madeirense tem características únicas e todos os hortícolas são particularmente apetecíveis”.
Sobre o setor da banana, destacou que apesar do seu valor ser superior à produzida na América do Sul, a exportação “tem corrido bem”, devido às suas “características particulares de sabor e qualidade” que têm fomentado a “fidelização” dos consumidores.
“Temos que produzir com valor acrescentado, não devemos ter medo de produzir melhor, com maior qualidade”, concluiu.