O secretário das Finanças da Madeira afirmou hoje que "o grosso" do realojamento das pessoas afetadas pelos incêndios "ainda está por fazer", perspetivando que surjam "soluções concretas de financiamento" numa reunião marcada para a semana, em Lisboa.
"O grosso efetivamente ainda está por fazer, que é o realojamento e reconstrução de casas que foram totalmente destruídas e é isso que falta definir. E esperamos para a semana ter uma resposta mais concreta para esta necessidade de financiamento", disse Rui Gonçalves à agência Lusa, à margem da reunião que teve hoje no Funchal com o ministro adjunto, Eduardo Cabrita.
Os incêndios que fustigaram a Madeira em agosto, sobretudo o concelho do Funchal, provocaram três vítimas mortais, um ferido grave e prejuízos materiais avaliados pelo executivo madeirense em cerca de 157 milhões de euros, incluindo danos em 233 habitações, das quais 174 estão totalmente destruídas.
O Governo Regional conseguiu realojar provisoriamente 93 famílias recorrendo ao mercado de arrendamento local, mas há ainda outras 60 a residir com familiares.
Referindo-se à reunião que está agendada para o dia 14, em Lisboa, na Secretaria de Estado do Desenvolvimento e Coesão, o governante madeirense manifestou o desejo de que deste encontre resultem "soluções de financiamento para fazer face às despesas com a área de habitação, que estão quantificadas em cerca de 17 milhões de euros".
Rui Gonçalves referiu que foi conseguido um reforço do Fundo de Emergência, na ordem dos 924 mil euros, dado a pedido da Segurança Social da Madeira. Esse pedido requeria que fosse "libertado um saldo que tinha transitado de 2015".
O reforço foi atribuído à Associação Santo António (ASA) "para cobrir os custos que decorrem desta fase inicial do processo de apoio às famílias que viram as suas habitações destruídas".
Quanto às infraestruturas afetadas pelo fogo, o responsável mencionou que estão cobertas pelo Fundo de Coesão.
"Temos área empresarial também coberta por duas linhas de crédito que vão ser abertas", complementou Rui Gonçalves, reforçando que "falta agora definir o financiamento para a parte mais sensível e importante, que é a habitação".
C/Lusa