As reclamações feitas são de clientes do Banif em Portugal (sobretudo na Madeira e nos Açores, onde o banco era muito forte), mas também de lesados que vivem nas comunidades portuguesas no estrangeiro, nomeadamente na Venezuela, e serão entregues na tarde desta terça-feira na sede do regulador dos mercados financeiros, em Lisboa.
O objetivo é que as reclamações sirvam de suporte para que CMVM emita um parecer de que houve no Banif uma "operação global de ‘misseling’" no Banif, ou seja, de que houve vendas enganosas ou fraudulentas.
A ALBOA estima que há 3.500 clientes lesados pelo Banif que perderam 265 milhões de euros em investimentos de produtos no banco e esperam que esta ação impulsione o encontrar de uma solução para os seus casos.
A associação considera que os produtos foram vendidos usando argumentos enganosos, como o de que o Banif era do Estado (quando este tinha, de facto, a maioria do capital), o que dava garantia extra sobre os produtos, existindo também situações em que era dito aos clientes que havia uma garantia da CMVM ou que eram como depósitos a prazo, mas com juros mais altos.
O Banif foi alvo de resolução em dezembro de 2015 por decisão do Governo e Do Banco de Portugal, com a venda da atividade bancária ao Santander Totta por 150 milhões de euros e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou.
Continua a existir ainda o Banif, agora ‘banco mau’, no qual ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido.