"Esta é uma situação extremamente perigosa e que exige uma investigação urgente. Tudo vai depender da situação. Naturalmente, a interação de vários países será necessária", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.
O porta-voz do Kremlin evitou definir categoricamente a rutura nos gasodutos como um "ataque terrorista".
"É um incidente. No momento não podemos dar uma definição mais precisa. Mas a magnitude da destruição mostra que, de facto, houve algum tipo de ação. Naturalmente é difícil imaginar que um ataque terrorista como este possa ser realizado sem o envolvimento de algum Estado", afirmou.
Quando questionado sobre a possibilidade de uma investigação conjunta da Rússia e dos Estados Unidos, Peskov declarou que "é impossível responder a essa pergunta, porque não há contactos substantivos e cooperação em questões de segurança” entre os dois países.
"No entanto, a natureza sem precedentes deste evento, que aparentemente foi uma espécie de ataque terrorista, possivelmente a nível de um Estado, naturalmente exige uma cooperação ativa e enérgica", acrescentou.
Na quarta-feira, Peskov minimizou as acusações dos meios de comunicação ocidentais que acusaram Moscovo de estar por trás do incidente, observando que aviões e navios russos foram detetados na região.
"Isso aconteceu no Mar Báltico. Há muito mais aviões e navios pertencentes à NATO" na região do que da Rússia, sublinhou, chamando as notícias sobre a presença militar russa na região de "completamente tolas".
A Guarda Costeira sueca detetou hoje uma segunda fuga de gás no gasoduto russo Nord Stream 2, após outras três terem sido detetados nos dois gasodutos entre domingo e segunda-feira.
Esta quarta fuga, de tamanho mais reduzido, está na zona económica exclusiva da Suécia.
As autoridades dinamarquesas e suecas estão a investigar o caso como sabotagem.
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas vai reunir-se a pedido da Rússia, a propósito desta sabotagem, anunciaram na quarta-feira a Suécia e a França.
A Ucrânia acusou na terça-feira a Rússia de responsabilidade pelas fugas nos gasodutos, denunciando um “ataque terrorista” contra a União Europeia (UE).
Suécia, Dinamarca, Alemanha, União Europeia (UE) e NATO alegaram que as fugas do Nord Stream foram causadas por um "ato intencional" e "sabotagem".
O primeiro Nord Stream, com capacidade de bombeamento de 55.000 milhões de metros cúbicos de gás por ano, foi interrompido após a Rússia alegar uma fuga de óleo na única estação de compressão russa que ainda estava em operação.
Já o Nord Stream 2 nunca entrou em operação devido ao bloqueio da infraestrutura por parte de Berlim, mesmo antes do início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro.
No entanto, ambos os gasodutos estão preenchidos com gás e, portanto, devem manter uma pressão estável.