O ator, de 62 anos, compareceu hoje perante o Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, numa audiência em que o juiz Tan Ikram considerou não haver risco de fuga, uma vez que Kevin Spacey colaborou com a polícia e na investigação.
Na audiência a promotora, Natalie Dawson, pediu ao magistrado que determinasse ao ator liberdade condicional, que entregasse o passaporte e dormisse sua residência em Londres até à próxima audiência, marcada para o dia 14 de julho, no Tribunal da Coroa de Southwark, no sul de Londres.
Tomando em consideração que Kevin Spacey compareceu voluntariamente perante o Tribunal e que colaborou na investigação o magistrado não impôs nenhuma medida cautelar.
O ator norte-americano foi em 13 de junho formalmente acusado de agressão sexual a três homens.
Em comunicado, a Polícia Metropolitana de Londres recordou que o processo decorre de uma investigação do Serviço de Procuradoria da Coroa britânica e se refere a quatro instâncias de agressão sexual, entre 2005 e 2013, bem como a uma outra acusação por forçar uma pessoa a “atividade sexual com penetração sem o seu consentimento”.
A polícia de Londres abriu uma investigação após receber queixas de agressões sexuais contra o ator, algumas das quais alegadamente cometidas na zona de Lambeth, onde se situa o teatro Old Vic, do qual foi diretor artístico entre 2004 e 2015.
Kevin Spacey, de 62 anos, foi visado em vários casos de agressão sexual e comportamento inapropriado em 2017, numa polémica que desencadeou denúncias com outras figuras do entretenimento e esteve na origem do movimento #MeToo.
Até então uma figura respeitada do cinema norte-americano e do teatro britânico, o ator vencedor de dois Óscares acabou despedido da série "House of Cards", da plataforma Netflix, e retirado do filme "Todo o dinheiro do mundo", de Ridley Scott, com todas as cenas onde entrou a serem regravadas por Christopher Plummer.