O arguido, que começou esta manhã a ser julgado no Tribunal Judicial da Comarca da Madeira, está acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de homicídio qualificado na forma tentada.
De acordo com a acusação, o arguido, de 31 anos, “adquiriu produto estupefaciente” à vítima e, após o consumo, ficou “desagradado com aquela substância que costumava comprar”.
Ainda segundo o MP, o homem dirigiu-se à garagem da avó e, munido de uma garrafa de gasolina, foi ao encontro da vítima, que estava de costas, e atirou-lhe a substância, ateando fogo com um isqueiro.
Quando o ofendido estava no chão e o seu corpo a arder, o arguido “tentou apagar o fogo com as suas mãos”, tendo também sido assistido no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
A vítima ficou com várias lesões e teve de receber tratamento na unidade de queimados no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
O MP considera ainda que a “forma súbita e traiçoeira como atuou” tinha o “firme propósito de tirar a vida” à vítima.
“Naquele dia foi tudo muito confuso, estava há vários dias sem dormir já”, afirmou hoje o arguido em tribunal, admitindo que ateou fogo com um isqueiro ao homem que lhe tinha vendido a droga momentos antes.
O arguido disse ainda estar arrependido e que não tinha intenção de matar a vítima.
“Em circunstâncias normais nunca tinha tido coragem de fazer aquilo que eu fiz. Estava sob efeito de ‘bloom’”, reforçou, perante o coletivo de juízes, presidido por Carla Meneses.
Lusa