“Temos vários centros de saúde com 100% de adesão à greve por parte dos enfermeiros e alguns constrangimentos nas consultas externas”, adiantou à Lusa Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que convocou a paralisação de dois dias que decorre até quarta-feira.
Segundo a dirigente sindical, a nível global a adesão à greve está nos 65% no país, com reflexos nas atividades programadas, como as consultas externas e as cirurgias previamente agendadas.
Guadalupe Simões assegurou ainda que os serviços mínimos previstos no pré-aviso estão a ser cumpridos, entre os quais as urgências, os cuidados intensivos, o bloco operatório com exceção das cirurgias programadas, a hemodiálise e os tratamentos oncológicos.
Estes dois dias de greve seguem-se a uma primeira paralisação realizada na quinta e sexta-feira, que, segundo a dirigente sindical, registou uma adesão global de cerca de 60%.
O SEP espera que o Ministério da Saúde agende uma reunião para iniciar negociações destinadas a repor a paridade entre a carreira de enfermagem e a de técnico superior da administração pública, alegando que se verifica uma discriminação em todos os níveis remuneratórios.
Além disso, o sindicato reivindica o pagamento da reposição dos pontos da carreira com retroativos a janeiro de 2018 e não a janeiro deste ano, como decidiu o Governo recentemente.
No início do mês, o Ministério da Saúde anunciou que, na sequência de negociações com os diversos sindicatos, cerca de 20 mil enfermeiros seriam abrangidos pelo descongelamento da progressão salarial, com o pagamento dos retroativos a janeiro de 2022.