O grupo de entusiastas reuniu-se junto ao Forte de São João Batista, onde foi dado o contexto histórico da localidade, outrora pertença da capitania de Machico e um dos dois únicos portos da costa norte da Ilha da Madeira, nomeadamente no que diz respeito ao início da povoação, às principais actividades económicas ali desenvolvidas e aos transportes e relações comerciais.
O percurso de 8 km pelos caminhos vicinais complementares ao Caminho Real 23, permitiu conhecer as antigas fábricas do queijo e da manteiga escavadas na rocha, as ruínas do moinho de água para moagem de cereais, a velha mercearia da Praça do Lyra e o miradouro da Vigia das Baleias, cuja vista sobre a imensidão oceânica e relatos da actividade baleeira, despertaram a imaginação aos mais novos.
Os Lamaceiros, além de permitir vislumbrar as magníficas paisagens naturais da costa norte, deu a conhecer aos caminheiros a actividade agrícola daquela fértil localidade com uma visita à exploração agrícola de Manuel Lucas, a tradição da debulha do trigo e da aveia, possibilitando ainda a contemplação da bela Capela de São Pedro fundada no século XVI.
Após a descida da Fajã do Barro, serpenteando por entre os vinhedos de uva verdelho, vendida para várias casas produtoras do famoso vinho Madeira, a caminhada terminou junto à foz da Ribeira da Janela, local onde existiu o primeiro traiol (estação de processamento rudimentar, onde se extraía o óleo de baleia por meio de panelas de grande dimensão, assentes sobre fogo directo).
Num sítio idílico da Fajã das Contreiras, estava reservado o melhor para o final, com um magnífico repasto confeccionado pela Confraria Enogastronómica da Madeira, onde foi preparada, a lenha e de acordo com as receitas antigas, a ‘Carne Santa’ (ou Carne da Festa) com semilhas, pão caseiro e vinhos locais.
O convívio prolongou-se tarde dentro, naquele cantinho do paraíso, com amizade e boa-disposição, deixando bons indícios para a repetição de eventos desta natureza.