Os funcionários da PT na Madeira vão aderir à greve na empresa, agendada para 21 de julho, devido à intenção da administração de levar a cabo transferências e rescisões de contratos, anunciou hoje o sindicato do setor.
"Os trabalhadores da PT não fazem isto de bom grado. Os trabalhadores da PT não estão habituados a isto. A PT era uma empresa de paz social e há dez anos que não marcávamos uma greve", disse Baptista Monteiro, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), após um plenário, no Funchal.
Em causa está o facto de, em 30 de junho, a PT Portugal ter anunciado internamente que iria transferir 118 trabalhadores para empresas do grupo Altice e Visabeira, esta última parceira histórica da operadora de telecomunicações, cujo processo estará concluído no final deste mês. Antes, no início do mês passado, a operadora tinha anunciado a transferência de 37 trabalhadores da área informática da PT Portugal para a Winprovit.
"A Altice quer empurrar grupos de trabalhadores dos diversos setores para transferências, mantendo os direitos e a antiguidade apenas no primeiro ano, após o que ficam sem qualquer direito ou garantia", disse Baptista Monteiro, realçando que a Altice é um grupo internacional que só tem um intuito: "lucro e mais lucro e mais lucro para servir bem aos seus acionistas".
A PT/Madeira conta com 150 trabalhadores, sendo que um, oriundo da área da informática, já se encontra em situação de transferência para a Winprovit.
Baptista Monteiro realçou, por outro lado, que cerca de 50 funcionários que descontam para a Caixa Geral de Aposentações já foram contactados, ao nível nacional, para iniciar o processo de rescisão de contratos, embora nenhum na Madeira tenha sido abordado.
O sindicalista sublinhou também que sete trabalhadores da PT/Madeira se encontram neste momento sem função.
Após o plenário, cerca de duas dezenas de trabalhadores concentraram-se junto à porta do edifício sede da PT, no Funchal, após o que se deslocaram à sede do PS, onde entregaram um documento com as suas reivindicações.
LUSA