“Neste momento, a situação no fim de junho é uma incógnita e as datas da festa iriam, com toda a certeza, coincidir dentro do período de 90 dias subsequentes ao hipotético fim do estado de emergência”, diz o presidente da câmara municipal, Pedro Coelho (PSD, numa informação hoje divulgada.
O autarca salienta que a organização de um evento desta dimensão “exige a afetação de recursos humanos e monetários de forma atempada” e as “associações por esta altura já estariam a ultimar os seus projetos decorativos, o que poria em causa a saúde dessas pessoas, a quem se pede que fiquem em casa”.
A Festa de São Pedro, também o padroeiro dos pescadores, é “um importante cartaz turístico que atrai todos os anos milhares de visitantes, não só pelo cartaz musical, mas sobretudo pelas decorações de rua, criadas pelas associações do concelho, que abrilhantam a baixa da cidade”.
Essas decorações “já são uma referência a nível regional, nacional e internacional, pela sua originalidade e uso de materiais recicláveis”, as quais “valeram vários prémios a associações envolvidas”, nomeadamente tambores de máquinas de lavar roupa, rodas de bicicletas, pneus, entre outros.
As decorações são “mantidas ao longo de todo o verão, revelando-se uma mais-valia para o comércio local, registando, segundo dados recolhidos junto dos comerciantes, um aumento de vendas na ordem dos 20% ao longo de toda a época estival”, realça o município contíguo a oeste do Funchal.
Também menciona que “a colocação das decorações são realizadas pelos operacionais da autarquia e não pode a câmara pôr também o bem-estar dos colaboradores em causa”.
A autarquia realça que “o cartaz da festa ainda não estava fechado, pelo que o investimento feito até ao momento da decisão, hoje tomada, não era muito significativo”, tendo sido decidido “reafetar os valores previstos para a festa para programas de ajuda direta às famílias do concelho, afetadas pelos efeitos adversos da paragem repentina da economia”.
“No entanto, dadas as condições atuais, tendo em vista a salvaguarda da saúde das pessoas, seguindo as orientações do IASAÚDE, de acordo com o determinado em Conselho de Governo Regional, de 16 de março, em que foi estabelecido ‘suspender todos os eventos desportivos, culturais e sociais que impliquem aglomerados de pessoas’ até ao 90.º dia útil após a declaração de fim de estado de emergência, o executivo decidiu não avançar com a realização do evento”, aponta.
O presidente do município afirma ter “consciência que as festas e as decorações de verão tinham um impacto extremamente positivo no comércio local”.
“Mas sei que esses mesmos comerciantes compreendem as razões do cancelamento. […] Em 2021 celebraremos em força, todos juntos, mais próximos, com alegria e fé redobrada”, concluiu.
A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 infetadas.
A doença é transmitida por um novo Coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Na Região Autónoma da Madeira, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pela autoridade de saúde, estão reportados 53 infetados.
C/Lusa