A decisão foi tomada numa reunião do Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos.
Em comunicado, a FNAM acrescenta que quer “deixar bem claro que a degradação das condições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e das condições laborais dos médicos mantém-se como um problema grave e com necessidade de resolução urgente”.
O Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) foi ‘chumbado’ em 27 de outubro e, na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
A Federação adianta que todas as atividades de denúncia e de exigência de defesa dos direitos laborais dos médicos se mantêm e assegurou que envidará todos os esforços de esclarecimento junto das forças políticas e da sociedade civil, neste período de auscultação democrática da população.
Por outro lado, a FNAM assume, desde já, que exigirá uma negociação do seu caderno reivindicativo a qualquer Governo que venha a resultar das próximas eleições, com caráter urgente, e ressalva que não hesitará em retomar, em qualquer momento, as medidas de luta que se venham a revelar necessárias.
Também hoje o Sindicato Independente dos Médicos decidiu suspender a greve marcada para 23, 24 e 25 de novembro na sequência da não aprovação do Orçamento do Estado e da decisão do Presidente da República em dissolver o parlamento, apesar de considerar que os motivos que levaram à convocação à greve se mantêm na totalidade.
A decisão foi tomada em reunião do Conselho Nacional, órgão máximo entre Congressos, que anteriormente tinha analisado e validado a proposta do Secretariado Nacional de marcação da greve.
A greve dos médicos tinha sido convocada a 13 de outubro pelas duas estruturas, Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e Sindicato Independente dos Médicos (SIM), por considerarem “insustentável” a situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“A situação a que chegou o SNS e o nível a que estão a ser sujeitos em termos de condições de trabalho os médicos são insustentáveis, sendo que as propostas em relação ao Orçamento do Estado para os médicos e SNS são de tal modo insuficientes que mal merecem a nossa consideração”, disse na altura aos jornalistas o presidente da FNAM, Noel Carrilho, no final de uma reunião dos dois sindicatos em Coimbra.
Já o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, referiu na altura que a greve tinha como objetivo fundamental “exigir o financiamento do SNS e passar das palavras aos atos, já que é evidente um pouco por todo o país que os médicos, apesar de todos os esforços feitos, não conseguem aguentar mais”.