Em comunicado, o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde afirma que tem estado a monitorizar de “forma intensiva, e com prioridade máxima”, a situação de rutura de ‘stock’ do medicamento Sinemet, destinado ao tratamento da doença de Parkinson.
“Na sequência das diversas reuniões com as empresas que têm medicamentos nesta área, foi possível encontrar um conjunto de soluções que vão assegurar o abastecimento do mercado e o tratamento dos doentes, não se prevendo que venha a ocorrer essa rutura”, sublinha no comunicado.
Após estas reuniões, as empresas que têm medicamentos contendo a associação levodopa + carbidopa ou alternativas terapêuticas assumiram um compromisso com o Infarmed de efetuar fornecimentos semanais regulares, estando as farmácias já a ser reabastecidas com estes medicamentos, informa o Infamed.
A autoridade do medicamento adianta que vai continuar a fazer um acompanhamento regular desta situação, através de uma contínua articulação com os doentes, os profissionais de saúde, as farmácias e distribuidores e as empresas detentores de medicamentos, de forma a assegurar que não ocorra qualquer rutura no acesso a medicamentos para a doença de Parkinson.
A rutura por parte da empresa que produz o Sinemet está relacionada com um “problema de fabrico”, que a própria empresa não explicou ao Infarmed, e que afeta 45 países, incluindo Estados Unidos e Canadá.
A presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado, afirmou, na semana passada, em conferência de imprensa, afirmou que “a interrupção do tratamento pode ser ainda mais grave do que a própria doença”, garantindo assim que não haverá falhas de tratamento em Portugal.
Quanto à dimensão da rutura do medicamento, Maria do Céu Machado estimou que antes do final do primeiro trimestre do próximo ano “o problema poderá não estar resolvido”.
Há dois medicamentos atualmente comercializados em Portugal para o Parkinson, sendo que o Sinemet atingia até agora 80% da quota do mercado, o que corresponde a mais de 600 mil embalagens por ano.
De acordo com Maria do Céu Machado, um dos laboratórios que já comercializa um medicamento em Portugal, mas com uma pequena quota de mercado, irá fazer “um esforço para aumentar essa quota”, tentando pelo menos triplicá-la.
Duas outras empresas farmacêuticas têm um medicamento semelhante registado, mas não comercializado em Portugal, que é vendido noutros países europeus. Estes laboratórios comprometeram-se a “fazer um esforço” para comercializar em Portugal o medicamento.
LUSA