"A estrada, agora, é municipal", disse o presidente do município, o socialista Ricardo Franco, que se deslocou ao local para verificar a ocorrência, esclarecendo, no entanto, que já tinha alertado a Direção Regional de Estradas para o risco, tendo a estrutura respondido que estava a monitorizar a situação.
A via, designada Rua Marechal Spínola, foi construída no início dos anos 2000 e estabelece a ligação entre o centro da vila do Porto da Cruz e a via rápida, na costa norte da ilha da Madeira, mas a sua interdição não afeta a localidade, devido à existência de outros acessos.
A derrocada do pavimento ocorreu cerca das 07:00 na sequência das chuvas fortes que caíram durante a noite, numa curva, junto a uma casa onde reside um casal de emigrantes septuagenários, regressados de França, que agora estão impedidos de retirar os dois automóveis da garagem.
"Isto sucedeu mais ou menos às 07:00. Eu senti um rumor. Acordei sobressaltado, mas deu uns trovões fortes e chuva e eu pensei que era disso", disse à agência Lusa José da Costa, explicando que meia hora mais tarde começou a ouvir vozes no exterior e foi então que tomou conta da situação.
Apesar de possuir outra casa, José da Costa recusa-se a abandonar aquela, vincando que o abatimento da estrada já era previsível "há muitos anos" e que não foi por "falta de aviso" que as autoridades não atuaram.
"Eu gastei um par de botas, [a me deslocar] à Câmara e à Junta de Freguesia. Sempre sem resposta, até hoje", disse.
O presidente da Câmara Municipal realçou, por seu lado, que também vinha alertando a Direção Regional de Estradas há vários anos para o risco de derrocada do pavimento naquele troço, admitindo que, agora, se encontram perante uma "situação complicada ao nível da engenharia".
C/Lusa