Os manifestantes, instrutores e proprietários de escolas de condução de todo o país, reuniram-se primeiro no Porto em 23 de março, e hoje em Lisboa, não para exigir a reabertura imediata dos estabelecimentos, após o encerramento determinado pelo agravamento da pandemia de covid-19, mas para apelar para uma maior valorização e justiça no setor.
“A nossa presença aqui deve-se ao facto de o nosso setor atualmente precisar de uma revisão urgente, nomeadamente o reconhecimento da nossa atividade como sendo de interesse público, como já foi outrora, para podermos regular preços”, esclareceu David Bernardo, proprietário de uma escola de condução em Leiria.
Além da regulação de preços, os trabalhadores do setor querem ver o ensino da condução com enquadramento de entidade formadora ou educativa e a atualização do regime jurídico da condução, que atualmente não permite aulas ‘online’.
“Temos visto que realmente há muita injustiça no nosso setor pelos preços que nós praticamos, pelas horas e ordenados que os nossos instrutores trazem. A cara das nossas escolas são os nossos instrutores e eles não são valorizados”, defendeu a responsável por unir as escolas de condução nesta ação, Sandra Gonçalves.
“Não temos dinheiro para pagar impostos, não temos dinheiro para pagar os nossos instrutores. Eu, enquanto proprietária, não tenho praticamente ajudas”, confessou.
De acordo com a instrutora e proprietária de escolas de condução na zona de Aveiro e Coimbra, a tutela “não cria defesas para as escolas de condução” e as associações, como a Associação Nacional de Escolas de Condução Automóvel (ANIECA) e os sindicatos do setor, apesar de saberem o que está a acontecer, não se estão a unir aos trabalhadores e a maioria nem respondeu ao apelo para estarem presentes na manifestação.
C/Lusa