A alegação de inocência foi feita durante a breve sessão no tribunal nova-iorquino que durou cerca de 40 minutos e onde os procuradores expuseram a acusação do grande júri visando o ex-presidente e empresário.
No total, Trump esteve duas horas no tribunal criminal, para registo e ouvir a acusação, antes de voltar a sair.
As acusações estão ligadas ao caso de um alegado pagamento de suborno a uma ex-atriz pornográfica, Stormy Daniels, que terá servido para comprar o seu silêncio sobre um caso extraconjugal, antes da campanha eleitoral das presidenciais de 2016.
Sob forte proteção policial, a caravana de oito viaturas transportando Trump e os seus assessores chegou ao tribunal pelas 13h20 (hora local, 18h20 em Lisboa), onde era esperado por milhares de pessoas, entre apoiantes, opositores e jornalistas.
A audiência foi histórica, pois o magnata republicano torna-se o primeiro ex-chefe de Estado norte-americano a comparecer perante um juiz e sob acusação judicial, e pode seguir para julgamento, mesmo que o acusado faça todos os possíveis para evitar esse cenário.
Trump, com 76 anos e já candidato anunciado à corrida à Casa Branca pelos Republicanos, tem criticado nas redes sociais o processo, que está a dividir e a abalar os Estados Unidos.
Antes de entrar no edifício, o ex-presidente não prestou declarações e limitou-se a acenar à multidão.
O bilionário alega a sua inocência e afirma ser vítima de uma “caça às bruxas” orquestrada pelos democratas do Presidente Joe Biden, que também acusa de terem “roubado” a sua vitória nas eleições presidenciais de 2020.
Donald Trump marcou um encontro com apoiantes e uma conferência de imprensa na sua residência em Mar-a-Lago, na Florida, às 20h15 (00h15 de quarta-feira em Lisboa).
O ex-presidente, que passou a tarde a publicar mensagens através das redes sociais, deixou uma mensagem já depois de entrar no tribunal, com as características letras maiúsculas.
"A caminho da baixa de Manhattan, do Tribunal. Parece tão SURREAL — UAU, vão PRENDER-ME. Não posso acreditar que isto está a acontecer na América", disse Trump, rematando a mensagem com a sigla "MAGA" (de "Make America Great Again", "Engrandecer de Novo a América"), que usou nas suas campanhas eleitorais.