"Não reconhecemos este processo eleitoral. Assumo a responsabilidade por estas declarações", disse aos jornalistas o ex-governador do estado venezuelano de Lara e dissidente do chavismo [referência ao falecido Hugo Chavez, Presidente do país entre 1999 e 2013], Henri Falcon.
Falcon indicou terem sido registadas irregularidades durante o processo eleitoral, entre elas a presença de "pontos vermelhos" de controlo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder) nas proximidades dos centros eleitorais e houve eleitores que foram coagidos.
Falcon denunciou que a existência de quase 13.000 "pontos vermelhos", além de se terem verificado situações de "voto assistido, outra perversidade", para controlar os eleitores.
Por outro lado, criticou a plataforma opositora Frente Ampla Venezuela Livre por promover a abstenção.
"Enquanto mais abstenção, mais possibilidade de controlo (…) por um Governo que está habituado a isso, ao engano, à manipulação, à coação, à pressão, a brincar com a nossa dignidade", disse.
O candidato exigiu a realização de novas eleições presidenciais, em outubro, afirmando estar na disposição de participar "sem vantagem e sem chantagem".
"Este processo não foi real. Não o reconhecemos e exigimos que se convoquem novas eleições", sublinhou.
Já o candidato Javier Bertucci denunciou "grandes irregularidades" no processo e propôs às autoridades eleitorais convocar novas eleições, em que "Nicolás Maduro não se inscreva como candidato".
"Estamos a contar a quantidade de votos que os ‘pontos vermelhos’ podem ter dado ao partido do Governo e a analisar se essa quantidade pode ser manipulada", disse. O candidato denunciou a "compra" de votos de eleitores.
"O mais corajoso é repetir as eleições, sem Maduro como candidato", frisou.
O Presidente Nicolás Maduro venceu, oficialmente, as eleições presidenciais antecipadas de domingo com 5.823.728 (67,7%) votos.
Henri Falcon obteve 1.820.552 votos. O pastor evangélico Javier Bertucci 925.042 e o engenheiro Reinaldo Quijada 34.6714 votos, indicou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
De acordo com o CNE, foram registados 8.603.936 votos válidos, que correspondem a uma participação de 46% dos 20.527.571 eleitores.
LUSA