"Apesar de não terem sido explicitadas a falta de condições referidas no comunicado da tutela, seria importante, a bem da transparência, que existisse uma clarificação sobre o que levou a esta demissão, sob pena de voltarmos a enfrentar o mesmo tipo de obstáculos.
Para a FNAM, mais relevante do que a demissão da atual Ministra da Saúde é que esta venha acompanhada por uma efetiva mudança de políticas, o que implica a vontade e a capacidade para implementar medidas estruturais em defesa do SNS, dos cuidados de saúde aos utentes e das condições de trabalho dos médicos e outros profissionais de saúde.
É imperativo que esta mudança não sirva como distração ao difícil momento que estamos a atravessar e que não adie as negociações que – finalmente e a muito custo – se iniciaram, em julho, com os sindicatos médicos, onde existiu um compromisso de negociar uma nova grelha salarial, além de outras medidas urgentes – como a revisão das carreiras médicas, a criação do estatuto de penosidade e risco acrescido, a implementação de um novo e verdadeiro regime de dedicação ou a valorização do trabalho em serviço de urgência.
A FNAM não aceita que se adiem, mais uma vez, as soluções para o SNS e para a melhoria das condições de trabalho dos médicos. A saúde dos cidadãos em Portugal não pode continuar à espera", esclarece a FNAM em comunicado.