Em comunicado, a comissão refere que esta situação acontece "numa altura em que se apela para que todos os cidadãos permaneçam em casa para sua segurança e dos outros" e "vários serviços de cuidados de saúde primários da Região se encontram encerrados, impedindo um serviço de proximidade".
Também menciona que este problema afeta utentes "maiores de 70 anos, imunodeprimidos, portadores de doença crónica considerada de risco", os quais precisam dos serviços da farmácia hospitalar e acabam por se colocar em risco.
Na conferência de imprensa de hoje do Instituto da Administração de Saúde (Iasaúde) para apresentação do boletim epidemiológico da Região, o Secretário Regional da Saúde desvalorizou esta queixa, argumentando existirem alguns problemas devido às alterações que estão a ser realizadas no âmbito do Plano de Reorganização do Serviço Nacional de Saúde.
"Toda a prestação de serviços a nível hospitalar, dos centros de saúde" está a ser reorganizada, destacou.
Pedro Ramos declarou que "na farmácia do hospital há mensalmente cerca de 4.500 utentes que necessitam da sua medicação".
O governante reforçou que o objetivo é que "as pessoas fiquem em casa", assegurando que com a reorganização, "o SESARAM vai disponibilizar esse serviço" de dispensa da medicação "ao domicílio, nas farmácias e nos centros de saúde".
"Temos reparado, quando tentamos organizar e planificar a distribuição, que alguns dos contactos telefónicos ou moradas são diferentes", informou, apelando aos utentes para que "atualizem os seus dados junto da farmácia hospitalar".
Também salientou que existem "fármacos com alguma particularidade, como a dos doentes oncológicos, que necessitam estar a uma determinada temperatura e os próprios utentes não gostam de ter esses fármacos em casa com alguma antecipação".
"O SESARAM responsabilizar-se-á pela entrega no dia próprio para que o medicamento possa ser atribuído ao nosso cidadão", garantiu o Secretário Regional.
Ainda realçou que "planificar uma entrega ao domicílio de 4.500 pessoas com medicação de muitas características diferentes leva o seu tempo".
Pedro Ramos apontou que "não vale a pena as pessoas irem ao hospital quando a indicação é para ficarem em casa para irem buscar medicamentos que só vão fazer uso daqui a um mês".
"Não faz sentido e o hospital dentro de pouco tempo terá já uma organização e planificação para dar uma resposta adequada", vincou, assegurando que esta é "uma situação que ficará regularizada muito brevemente"
Reforçou o apelo para que os utentes atualizem os dados junto da farmácia hospitalar, "para que no âmbito da reorganização, a entrega seja feita ao domicílio, nos centros de saúde ou onde os pacientes e familiares assim o entenderem", sendo o "Sesaram responsável por isso", concluiu.
C/Lusa