“Todas as escolas do nosso país prepararam-se de forma muito criteriosas, com muita ponderação, com muito rigor”, saudou Tiago Brandão Rodrigues, sublinhando que o mais importante é que as comunidades educativas do pré-escolar possam estar de regresso.
O governante reservou a manhã do Dia Mundial da Criança para visitar o jardim de infância da Escola Básica José Cardoso Pires, na Costa da Caparica, Almada, que foi uma das várias instituições do pré-escolar que voltou hoje a abrir portas, depois de mais de dois meses encerrada.
Na escola da Costa de Caparica, os preparativos foram feitos a contar com o regresso de 39 das 75 crianças que frequentam o jardim de infância, mas no dia da reabertura só 22 apareceram.
Questionado sobre a decisão de muitas famílias em adiar o regresso, Tiago Brandão Rodrigues considerou que, nesta fase, é necessário trabalhar para assegurar todas as condições de segurança, e transmitir essa confiança aos pais, de que as crianças podem regressar à escola, afirmando que as instituições conseguiram fazê-lo.
“O que precisamos de fazer, entre todos, é criar todas as condições, sem alarmismos, e, sem nenhum tipo de mensagem distorcida, podermos dizer às famílias, olhos nos olhos, que estão as condições criadas para podermos aumentar a segurança, para que elas sintam confiança”, sublinhou o ministro.
Por outro lado, recordou, no primeiro dia do regresso às escolas secundárias, em 18 de maio, nem todos os alunos marcaram presença, mas muitos acabaram por ir retomando o trabalho presencial ao longo da primeira semana.
Durante a visita ao jardim de infância da José Cardoso Pires, o ministro da Educação quis perceber como a escola se tinha preparado e, sem entrar no interior para não comprometer o “espaço limpo”, viu através das janelas algumas das salas, adaptadas à nova realidade, com menos objetos e mesas com lugares marcados dispersas, para assegurar algum distanciamento.
Nesta escola, conforme recomendam as orientações dos ministérios da Educação e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o espaço privilegiado para as brincadeiras vai ser o recreio e foi aí que o ministro encontrou os mais novos, com quem conversou, cantou e aprendeu uma dança que explica como lavar bem as mãos.
“Hoje, num dia especial que é o Dia Mundial da Criança, temos também a certeza de que as crianças podem ser crianças, mas, por outro lado, que temos todos os cuidados que é preciso ter”, sublinhou.
Em declarações aos jornalistas, à margem desta visita, Tiago Brandão Rodrigues adiantou que durante a preparação da reabertura do pré-escolar foram menos de 50 os educadores de infância substituídos na reserva de recrutamento, por pedido dos agrupamentos de escolas.
“Esse é um número muito reduzido, mais reduzido, inclusivamente, do que normalmente acontecem substituições por doença nesta altura”, disse.
O mesmo cenário foi, aliás, identificado no contexto do ensino secundário, em que, entre 15 e 22 de março, foram substituídos três vezes menos docentes, em comparação com o período homologo de 2019, adiantou o ministro.
Portugal contabiliza pelo menos 1.424 mortos associados à covid-19 em 32.700 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que sexta-feira foi prolongado até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
Novas medidas entraram em vigor hoje, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, que continuarão encerrados até, pelo menos, 04 de junho), dos ginásios ou das salas de espetáculos. Estas medidas juntam-se às que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.