"O que o Centro Nacional de Comando de Emergência do Lesoto [NECC] pode confirmar é que o caso é importado do Médio Oriente, sem sinais ou sintomas", explicaram as autoridades sanitárias do pequeno reino, localizado no meio da África do Sul, através da rede social Twitter.
Numa declaração oficial posterior, o Ministério da Saúde do Lesoto explicou que o resultado positivo foi confirmado esta terça-feira, após a realização de 81 testes entre pessoas que tinham vindo da África do Sul e da Arábia Saudita.
O Lesoto era o único país do continente africano sem casos confirmados, embora a disparidade na capacidade de testes entre países seja um fator de incerteza no controlo da epidemia na região.
O pequeno reino do Sul não tem capacidade para testar a própria doença e, até à data, apenas foram realizados 597 testes com a ajuda de laboratórios sul-africanos (301 dos quais estão ainda pendentes).
No continente africano, resta o território da República Saarauí, também membro da União Africana, sem registo de casos positivos.
A África do Sul é o país do continente com mais casos da Covid-19 com 11.350 infeções e o terceiro com mais mortos (206).
O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.406, com quase 70 mil infetados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A epidemia está a alastrar mais lentamente neste continente do que noutras regiões, em grande parte graças à resposta rigorosa e precoce da maioria dos governos.
No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está preocupada com fatores como o elevado nível de infeção comunitária na África Ocidental e a popularização do ‘Covid-Organics’, um remédio herbal não testado que está a ser comercializado por Madagáscar.
A agência da ONU advertiu que, se não forem tomadas medidas adequadas, as mortes africanas causadas pelo coronavírus poderão variar entre 83 mil e 190 mil.