A redução de novos casos positivos tem sido normal às segundas-feiras, uma vez que se realizam menos testes ao domingo – nas últimas 24 horas, efetuaram-se 235.000 testes, contra os 183.000 de sábado.
No total, desde o início da pandemia, em meados de fevereiro, Itália contabilizou 731.588 casos de contaminação com o novo Coronavírus, tendo-se registado 39.059 mortes.
A pressão hospitalar no país continua cada vez maior, e dos atuais 296.512 pacientes, 21.862 estão hospitalizados (mais 1.021 do que domingo) e 2.022 estão internados em unidades de cuidados intensivos (mais 83).
Com estes números, o primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, indicou hoje que vai impor o recolher obrigatório a nível nacional a partir das 22:00, já em vigor nalgumas comunidades, ou a partir da meia-noite, noutras.
Temporariamente, aos fins de semana, serão igualmente encerrados museus, salas recreativas e centros comerciais.
O decreto, que se aguarda seja aprovado na quarta-feira, definirá três áreas de risco e aplicará restrições mais ou menos severas numa determinada região em função dos dados epidemiológicos.
Nesse sentido, prevê-se que as restrições mais severas recaiam sobre algumas das cidades mais afetadas atualmente pela pandemia, como Milão, Turim e Génova.
O virologista italiano Andrea Crisanti, conhecido por ter conseguido travar a propagação do novo Coronavírus na região de Veneto na primeira vaga da pandemia, defendeu hoje que o encerramento nas zonas de maior contágio “é importante” porque vai ajudar a reduzir a transmissão de Covid-19.
Numa conversa com representantes da imprensa estrangeira em Itália, Crisanti admitiu que se poderá chegar ao Natal com “um nível baixo de contactos”, embora tenha salientado que, sem um sistema de vigilância ativa e sem soluções para a consolidar, os números poderão voltar a aumentar.
“Agora, as medidas de confinamento são o mais importante para travar a propagação e consolidá-la. Depois, deverá definir-se um novo confinamento geral de três a seis semanas para conseguir baixar os novos casos. Nenhum sistema de vigilância pode funcionar com um número de contágios muito grande”, defendeu.