No documento, a que a Lusa teve acesso, a CT entende “que estas medidas são gravosas para os trabalhadores sob vários aspetos” e, por isso, não pode “concordar com as mesmas”, questionando se “são necessárias”, “uma vez que o caminho pode ser outro assim haja vontade”.
A TAP vai avançar com um processo de ‘lay-off’ para 90% dos trabalhadores e com a redução do período normal de trabalho em 20% para os restantes colaboradores, para fazer face aos efeitos da pandemia de Covid-19, informou na terça-feira a companhia aérea numa mensagem aos funcionários.
O grupo determinou "a suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores" e "uma redução do período normal de trabalho, em 20%, para os restantes 10% dos colaboradores", para fazer face ao impacto da pandemia de Covid-19, que inviabiliza quase toda a operação da transportadora aérea, lê-se na mesma missiva, a que a Lusa teve acesso.
"As condições remuneratórias definidas contemplam o pagamento de 2/3 das remunerações fixas mensais para os colaboradores em suspensão temporária da prestação do trabalho e o pagamento de 80% da remuneração fixa mensal para os colaboradores em redução de horário de trabalho, porque estes continuam a trabalhar para assegurar a retoma", indicou a TAP, sendo que estas medidas entram em vigor em 02 de abril por um período de 30 dias, que pode vir a ser alargado.
Na mesma nota hoje divulgada, a CT reconheceu que a “situação criada pela Covid-19, tornando praticamente impossível a atividade no sector da aviação, veio obrigar a administração da TAP a tomar medidas para garantir a sua sustentabilidade e continuidade, medidas essas legalmente permitidas de acordo com legislação especialmente criada para o efeito, acordadas com o Governo e, já divulgadas aos trabalhadores” na terça-feira.
Neste contexto, e discordando das medidas, a CT exige “que o Governo assuma as suas responsabilidades para com a companhia de bandeira, garante da continuidade territorial e da soberania e economia nacionais, nacionalizando-a e garantindo todos os postos de trabalho assim como todas as remunerações”.
O organismo “vem pedindo há anos que a TAP se torne 100% pública agora é o momento para isso acontecer, é por isto que temos de continuar a lutar”, sublinhou.
A TAP conta com uma participação de 50% do Estado, através da Parpública, estando 45% da companhia aérea nas mãos dos privados do consórcio Atlantic Gateway e 5% do capital nas mãos dos trabalhadores.
C/Lusa