Segundo um comunicado da PJ, a operação, realizada também no Porto, Alter do Chão, Almada e Comporta, envolveu a execução de 59 mandados de busca, dos quais 29 buscas domiciliárias e 30 buscas não domiciliárias, visando "a recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas, sob investigação".
Entretanto, num outro comunicado, o Ministério da Defesa Nacional confirmou a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021.
A operação da Polícia Judiciária, designada "Tempestade Perfeita", contou – de acordo com a PJ – com a colaboração de diversas Unidades Nacionais, Diretorias, Departamentos de Investigação Criminal e Unidade de Informação Financeira, para além do apoio da Unidade de Perícia Tecnológica Informática e da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ, tendo participado cerca de 200 investigadores e peritos, para além de um juiz e dois procuradores.
"Está em causa uma investigação criminal cujo objeto visa apurar da eventual prática, entre o mais, de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento, ilícitos relacionados com adjudicações efetuadas, por parte de Organismo da Administração Central, a diversas empresas, as quais lesaram o Estado português em muitos milhares de euros", refere a PJ.
As buscas realizadas visaram – indicou a PJ – a recolha de "elementos probatórios de diversa natureza, tendentes ao esclarecimento dos factos objeto de inquérito, tendo-se logrado a recolha de prova pessoal e a apreensão de prova de natureza documental, digital, entre o mais, inerente aos procedimentos de contratação pública em causa".
Durante a ação policial efetuou-se cinco mandados de detenção fora de flagrante delito e foram constituídos 19 arguidos.
A investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ, após a realização subsequente da análise e dos competentes exames/perícias à prova agora recolhida, prosseguirá para "o cabal apuramento da verdade e a sua célere conclusão".
Os arguidos ora detidos serão presentes ao Tribunal de Instrução Criminal para realização do primeiro interrogatório judicial, com vista à aplicação de medidas de coação.