"A mercearia vai ser abastecida por donativos, na sequência de parcerias contra o desperdício alimentar", explicou Francisco Carneiro, da direção do Banco Alimentar, salientando que só este ano a instituição já recolheu 500 toneladas de produtos que estavam destinados ao lixo.
A mercearia social situa-se no Bairro da Ribeira Grande, nos arredores do Funchal, onde vivem 400 pessoas e a sua gestão e dinamização ficará a cargo da ASA- Associação de Desenvolvimento para Santo António, que já presta apoio a 25 agregados familiares no local.
O recheio da loja será fornecido pelo Banco Alimentar, mas a ASA também pretende recorrer aos estabelecimentos de restauração da área para obter os excedentes, bem como a uma horta comunitária.
As famílias indicadas pela associação podem, depois, adquirir os produtos mediante um sistema de créditos previamente definido para cada uma.
"O objetivo da mercearia é dar mais dignidade às famílias, libertando-as da pressão social de se dirigir a instituições de apoio, podendo estar num espaço onde poderão selecionar os produtos de acordo com as suas preferências e necessidades", explicou Francisco Carneiro, vincado a "inovação" que representa a possibilidade de escolha de artigos de várias marcas, em função do stock existente.
O projeto contou com o apoio da empresa pública Investimentos Habitacionais da Madeira, que cedeu o espaço, sendo que o Banco Alimentar está agora a negociar a abertura mais duas lojas noutros bairros.
"Isto é uma inovação e vamos ver como corre", disse, por seu lado, o Ilídio Castro, presidente da Associação de Desenvolvimento para Santo António, vincando que "há muitas famílias carenciadas" no Bairro da Ribeira Grande, embora o número não tenha aumentado ao nível da freguesia.
LUSA