"Posso confirmar que pelo menos 50 pessoas foram assassinadas por homens armados que atacaram as nossas comunidades na noite de quinta-feira e desencadearam terror durante horas", disse à Efe por telefone o líder da sociedade civil Lawal Samaila Yakawada, ex-governador da localidade de Giwa, no norte de Kaduna, o estado do noroeste da Nigéria onde ocorreram os ataques.
Segundo Yakawada, os bandidos – termo usado no país para os grupos armados que cometem ataques mortais e sequestros – também raptaram um número indeterminado de pessoas, "incendiaram muitas casas e roubaram gado".
Nas localidades em causa, nomeadamente Zango Tama, Kadanya e Durumi, ainda se procuram corpos.
O porta-voz da polícia de Kaduna, Muhammed Jalige, não respondeu à Efe em tempo útil para confirmar os ataques.
Os estados do centro e noroeste da Nigéria sofrem ataques frequentes de grupos armados e são palco de sequestros com o objetivo de obter lucrativos resgates.
A violência continua, apesar das reiteradas promessas do Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, de acabar com o problema e colocar mais forças de segurança no terreno.
Os últimos ataques no noroeste do país ocorreram há apenas uma semana, quando cerca de 70 pessoas morreram entre sábado e domingo em várias localidades do sul de Kaduna e do estado vizinho de Zamfara.
A esta insegurança no noroeste da Nigéria junta-se a violência provocada desde 2009 no nordeste pelo grupo extremista islâmico Boko Haram e, desde 2016, pelos dissidentes que formaram o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês).
Ambos os grupos assassinaram mais de 35.000 pessoas e provocaram 2,7 milhões de deslocados internos, sobretudo na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, Chade, e Níger, segundo dados governamentais e da ONU.