As pessoas consideradas “vulneráveis” à repressão russa, tais como ativistas pelos direitos humanos, cientistas ou jornalistas, vão poder beneficiar, bem como as suas famílias, de vistos de longa duração, afirmou o porta-voz do Ministério do Interior alemão, numa conferência de imprensa.
De acordo com a mesma fonte, a concessão do visto, cuja duração ultrapassa os habituais 90 dias, também se aplica a pessoas que trabalham para organizações estrangeiras ou que sejam consideradas “agentes estrangeiros”, “representantes da oposição democrática” ou “representantes da sociedade civil” na Rússia.
O porta-voz não especificou quantos russos seriam, em última análise, elegíveis, mas esclareceu que os potenciais beneficiários terão de comprovar “de forma credível” que estão sob ameaça direta.
Antes da ofensiva russa em território ucraniano, Berlim já tinha acolhido vários opositores ao regime do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, incluindo Alexei Navalny, um dos principais críticos do Kremlin, que esteve hospitalizado na Alemanha em 2020, depois de ter sido vítima de uma tentativa de envenenamento atribuída às autoridades russas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 6,6 milhões de pessoas para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.