"O encontro terminou sem um acordo. Temos insistido que a mediação será útil para a Venezuela sempre que existirem elementos que permitam avançar em prol de uma verdadeira solução. Por isso, manter-nos-emos em luta até resolver a crise”, refere um comunicado divulgado em Caracas.
O documento, dirigido "ao povo venezuelano, às Forças Armadas e à comunidade internacional", adianta que "concluiu a reunião de mediação” a que assistiu a oposição “a convite do Governo do Reino da Noruega, em Oslo".
Segundo a nota, a oposição reitera o seu caminho: “Cessação da usurpação, um governo de transição e eleições livres como forma de solucionar a tragédia que a nossa Venezuela sofre hoje".
O documento adianta que a oposição está segura de que "os fatores democráticos do país, as Forças Armadas e a comunidade internacional" coincidem amplamente "na defesa da vontade maioritária e soberana" dos venezuelanos.
"Agradecemos ao Governo da Noruega a sua vontade de contribuir com uma solução para o caos que sofre o nosso país. Estamos na disposição de continuar, junto com eles, tal como temos vindo a fazer com o Grupo de Lima e o Grupo de Contacto (Internacional) na procura da solução tantas vezes exposta", prossegue.
O documento, divulgado pela presidência da Assembleia Nacional, liderada por Juan Guaidó, explica que a oposição reitera às Forças Armadas uma "abordagem para solucionar a grave crise e o sofrimento” do país com base "na restauração da ordem constitucional e que os venezuelanos possam decidir o seu destino em eleições livres, observáveis e verificáveis, como dita a Constituição Nacional".
"Pedimos a todos os setores do país para que contribuam no cumprimento deste objetivo e na construção das garantias necessárias", salienta.
O comunicado envia ainda a mensagem "à comunidade internacional" e "aliados" de que a oposição "continuará unida até conseguir uma solução para a Venezuela".
Representantes do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e do seu rival Juan Guaidó, líder da oposição, estão empenhados em avançar numa solução negociada da crise, afirmou hoje a Noruega que mediou encontros entre as duas partes.
Pela segunda vez no espaço de algumas semanas, as delegações dos dois campos reuniram-se para conversações destinadas a encontrar uma solução para a crise política que se prolonga há vários meses na Venezuela.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Na madrugada de 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio a Juan Guaidó, que pediu à população para sair à rua e exigir uma mudança de regime, mas não houve desenvolvimentos na situação até ao momento.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou as iniciativas do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderado pelos Estados Unidos.
À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou três milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, de acordo com dados das Nações Unidas.
C/ LUSA