"A cerimónia de assinatura do acordo de transporte de cereais, que contará com a presença do presidente turco Recep Tayyip Erdogan e do secretário-geral da ONU, António Guterres, acontecerá [na sexta-feira] com a participação da Ucrânia e da Rússia", anunciou o gabinete do presidente turco.
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu na terça-feira o levantamento das restrições ocidentais aos cereais russos, como condição para que se obtenham progressos na exportação da produção agrícola ucraniana, atualmente bloqueada devido à invasão russa da Ucrânia.
"Vamos facilitar a exportação de cereais ucranianos, mas com base no levantamento de todas as restrições relacionadas com as entregas aéreas para a exportação de cereais russos", apontou o chefe de Estado russo em declarações após a reunião do chamado Grupo de Astana, que junta Rússia, Turquia e Irão, e que decorreu em Teerão.
Putin salientou que Moscovo concordou desde o início com os organismos internacionais neste ponto, mas que "ninguém assumiu a responsabilidade para finalizar", incluindo "os parceiros norte-americanos".
"As restrições às entregas de fertilizantes russos ao mercado mundial foram levantadas pelos norte-americanos, na prática. Se estes desejam sinceramente melhorar a situação nos mercados mundiais de alimentos, espero que o mesmo seja verdade para as exportações russas de cereais", acrescentou.
No mesmo dia, Vladimir Putin assinalou o progresso nas negociações para a exportação dos cereais da Ucrânia através do Mar Negro e agradeceu ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, pela sua mediação no processo.
O acordo negociado pela ONU visa trazer pelo Mar Negro cerca de 20 milhões de toneladas de cereais que se encontram bloqueados em silos ucranianos, por causa da ofensiva russa na Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro.
O acordo também deve facilitar as exportações russas de cereais e fertilizantes, afetadas pelas sanções ocidentais que afetam a logística e as cadeias financeiras russas.
Os produtos agrícolas russos e ucranianos são essenciais para evitar que as crises alimentares se multipliquem no mundo.