"Estamos agora a fazer cruzamento de dados para tornar a situação mais transparente e para os números ficarem mais reais", afirmou o governante na Comissão de Inquérito às Listas de Espera no Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram), sublinhando que o primeiro passo do executivo para clarificar a problemática foi a divulgação pública das listas.
Pedro Ramos vincou, no entanto, que "não se deve criar alarmismo", porque os números "não são totalmente corretos".
O CDS-PP, partido que requereu a comissão de inquérito, insistiu que as listas de espera registaram um acréscimo de 26% durante o mandato do governo social-democrata liderado por Miguel Albuquerque, com início em 2015, sendo que o tempo médio de espera por uma cirurgia de 1.056 dias.
O deputado centrista Mário Pereira alertou também para o "desinvestimento" no setor, considerando que o contrato-programa entre o Governo e o Sesaram assinala em 2019 uma redução de 12 milhões de euros face ao ano anterior (122 milhões de euros).
O secretário regional da Saúde respondeu que o aumento da procura traduz, em parte, a confiança da população no Sesaram e indica que o Hospital Central do Funchal é a "única unidade de referência" para responder às necessidades dos utentes.
Pedro Ramos realçou ainda que os doentes oncológicos e os casos urgentes "são prioritários" e o seu atendimento nunca é posto em causa, mas também indicou que, para já, o Serviço de Saúde da Madeira "não está em condições" de implementar tempos máximos de espera.
"A resposta para as situações que não são urgentes fica sempre dependente da disponibilidade do Sesaram", explicou, salientando que os hospitais e centros de saúde da região autónoma atendem cerca de 1,1 milhões de utentes por ano e registam apenas uma média de três reclamações por dia, o que significa "uma milésima de descontentes".
A Comissão de Inquérito às Listas de Espera no Serviço de Saúde da Madeira terminou hoje o período de audições, iniciando agora a face de elaboração do relatório final.