"Estamos satisfeitos que os barcos de pesca franceses já tenham deixado os arredores de Jersey. Dado que a situação está resolvida por enquanto, os navios de patrulha da Marinha Real vão preparar-se para voltar ao porto no Reino Unido", anunciou o Governo britânico em comunicado.
O executivo de Boris Johnson reconhece que o Acordo de Comércio e Cooperação pós-‘Brexit’ "trouxe mudanças aos acordos de pesca entre o Reino Unido e a União Europeia", mas argumenta que "as autoridades de Jersey têm o direito de regulamentar a pesca nas suas águas".
Cerca de 50 barcos de pesca franceses concentraram-se hoje junto ao porto de Saint Hélier, para protestar contra as condições de pesca impostas depois do ‘Brexit’, mas deixaram as águas da Ilha do Canal para regressar a França após um encontro com autoridades de Jersey.
Na origem do conflito está a publicação, na sexta-feira, de uma lista de 41 barcos franceses autorizados a pescar até ao final do ano nas águas de Jersey, mas com limitações de tempo, de espécies que podem capturar e de equipamento que podem usar.
Na opinião das comissões regionais de pesca da Normandia e da Bretanha, essas limitações impostas por Jersey "não estão previstas" no Acordo de Comércio pós-‘Brexit’ assinado em 24 de dezembro entre o Reino Unido e a União Europeia, e, de qualquer maneira, as alterações técnicas devem ser comunicada com "antecedência suficiente".
A ministra do Mar da França, Annick Girardin, manifestou-se "indignada" com a situação dos pescadores franceses e disse que Paris estaria disposta a cortar o fornecimento de eletricidade para Jersey via cabo submarino da costa francesa como forma de pressão.
A Comissão Europeia acusou Londres de não respeitar as disposições do acordo pós-‘Brexit’ relativas à pesca e pediu "calma" às partes envolvidas.